Maternidade comunitária negra: uma análise do trabalho comunitário de mulheres negras em bairros periféricos de Salvador/BA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Queiroz, Geíse Barros lattes
Orientador(a): Regatieri, Ricardo Pagliuso lattes
Banca de defesa: Regatieri, Ricardo Pagliuso, Hita, Maria Gabriela, Sotero, Edilza Correia
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39533
Resumo: Este estudo investiga a maternidade comunitária através da vivência de cinco mulheres negras que moram e atuam politicamente em comunidades periféricas de Salvador. A maternidade comunitária, foco central da pesquisa, destaca o papel ativo de mulheres negras que estabelecem laços solidários e familiares com membros vulneráveis de suas comunidades. Este conceito está intrinsecamente ligado ao ativismo político, com essas mulheres dedicadas a promover melhorias na qualidade de vida e acesso a condições dignas de moradia, saúde, educação e segurança. A maternidade comunitária inclui a intersecção entre maternidade, trabalho comunitário e ativismo, sendo uma categoria fluida e dinâmica que reflete certos aspectos da liderança matriarcal em Salvador. Originada nos anos 70 e 80, essa prática surgiu do feminismo negro norte-americano como uma crítica à visão universalista da maternidade proposta por pensadoras brancas. Ampliando a concepção de maternidade como uma construção social, vai além das definições tradicionais baseadas em aspectos biológicos e legais. A maternidade comunitária e ativista desafia as fronteiras convencionais entre esferas pública, privada e política. Este estudo busca compreender como as desigualdades de gênero, raça e classe influenciam a vida das mulheres negras, e as estratégias sociais que implementam para atender às necessidades da comunidade, considerando a diversidade de contextos. Utilizando uma abordagem qualitativa, entrevistas semiestruturadas são empregadas para analisar esse fenômeno em Salvador.Os resultados da pesquisa revelam que as mães comunitárias em Salvador não apenas estabelecem laços solidários e familiares com a comunidade, mas também ampliam significativamente o conceito de maternidade para além dos laços biológicos. A prática de compartilhar o cuidado, em contraposição à lógica capitalista e neoliberal, não só destaca a importância da solidariedade e do coletivo, mas também oferece uma alternativa valiosa e eficaz às dinâmicas individualistas, promovendo assim um modelo mais inclusivo e sustentável de cuidado e apoio dentro das comunidades.