A narrativa quilombola no espaço acadêmico: identidade e permanência na universidade.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moraes, Paulo Alberto Sobral de lattes
Orientador(a): Pimentel, Adriana Miranda
Banca de defesa: Ibertis, Carlota, Santos, Dyane Brito Reis, Carvalho Filho, Milton Júlio de, Silva, Patrícia Petitinga
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares Sobre a Universidade (PPGEISU) 
Departamento: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38838
Resumo: A partir da Lei 12.711 de 2012, as universidades públicas do Brasil passaram a adotar uma política de cotas para estudantes negros, indígenas e de escolas públicas. Antes da aprovação da lei, mais da metade das universidades federais já adotavam diferentes tipos de ações afirmativas, atingindo grupos diversos. Em 2004, a UFBA, através de uma Resolução interna 01/04, estabeleceu pela primeira vez o ingresso de até dois estudantes, além do número de vagas estabelecido para os cursos de graduação, desde que residentes em comunidades remanescentes de quilombos ou indígenas. Diante do contexto de ingresso de estudantes quilombolas no ensino superior, esta pesquisa pretendeu, a partir da narrativa de uma estudante quilombola, desenvolver uma possível compreensão da relação entre permanência e identidade no espaço acadêmico. A metodologia deste trabalho, de natureza qualitativa, foi orientada pela perspetiva hermenêutica fenomenológica e os dados foram produzidos por meio de entrevistas semiestruturadas. Observou-se como a perceção da identidade quilombola mudou à medida que o interlocutor construiu sua trajetória educacional até a decisão de cursar o ensino superior e após o ingresso. A percepção da universidade como um lugar distante é coerente com a análise decolonial das instituições universitárias e sua estrutura excludente. Na universidade, há um movimento de afastamento das questões quilombolas, de suas histórias e modos de saber e fazer que, em grande medida, não dialogam com o saber acadêmico e a produção do conhecimento científico. Por fim, a narrativa revelou a organização dos estudantes quilombolas da UFBA a partir de um coletivo, o CODEQUI, como um exemplo fundamental de ordem prático-ideológica para pensar estratégias de permanência simbólica a partir de uma identidade coletiva.