A ancestralidade como dimensão organizacional: reflexões decoloniais sobre as organizações negras a partir da atuação histórica das irmandades negras da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Jesus, Laís Francine Nascimento de lattes
Orientador(a): França Filho, Genauto Carvalho de lattes
Banca de defesa: França Filho, Genauto Carvalho de lattes, Santos, André Luís Nascimento dos, Oliveira, Eduardo David de, Guimarães, Walkyria Chagas da Silva Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37186
Resumo: Em torno do conhecimento construído e universalizado no campo da Administração sobre organização e gestão, percebe-se um grande vazio de estudos sobre as múltiplas formas e dimensões organizacionais dos povos indígenas e da população negra presentes em nossa história local e contemporânea. Esse vazio revela um quadro de invisibilidades organizacionais que oculta práticas, conhecimentos e complexidades que estão muito além do âmbito empresarial e da economia de mercado. A partir de um engajamento epistemológico decolonial, o objetivo desta dissertação é iniciar reflexões de pesquisa sobre as experiências organizacionais construídas na diáspora pela população africana e afrodescendente, chamadas aqui de Organizações Negras, e os principais elementos que as compõem. Sobretudo a ancestralidade que é identificada aqui como a dimensão principal que singulariza essas organizações e alimenta seus processos de gestão, suas práticas de resistência, organização interna e os diversos princípios e elementos organizacionais. Para contribuir com as reflexões propostas, realizamos uma pesquisa histórica sobre as Irmandades Negras Religiosas na Bahia do século XIX, mobilizando como fontes históricas as produções de importantes pesquisadores/as, sobretudo do campo da história e antropologia. As reflexões realizadas apontam para a necessidade de construir novos e importantes caminhos de pesquisa em Administração e mergulhar em outras racionalidades, epistemologias, práticas e tecnologias presentes nas experiências organizacionais dos nossos povos ancestrais.