Infecção por Hepatozoon spp. em Boa constrictor Linnaeus, 1758: Bioquímica clínica, hematologia, diagnóstico molecular e estudos filogenéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Macêdo, Gustavo Rodamilans de lattes
Orientador(a): Portela, Ricardo Wagner Dias
Banca de defesa: Portela, Ricardo Wagner Dias, Salcedo, Joaquim Hernán Patarroyo, Onofrio, Valéria Castilho, Dias, Lúcio André Viana, Silva, Aristeu Vieira da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT)
Departamento: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41152
Resumo: O gênero Hepatozoon compreende hemoparasitos protozoários que infectam anfíbios, répteis, aves e mamíferos, sendo o principal parasito intraeritrocitário que infecta serpentes, com descrição de mais de 130 espécies. A forma gamonte deste parasito pode provocar alterações na morfologia de hemácias, bem como levar a quadros de anemia, perda de peso, diminuição nas taxas reprodutivas e de crescimento. A partir deste cenário, objetivou-se com esta pesquisa avaliar, através de métodos de diagnóstico parasitológicos diretos e moleculares, bem como de hematologia e bioquímica clínica, a infecção por Hepatozoon sp. em serpentes Boa constrictor de vida livre oriundas de fragmentos periurbanos de Mata Atlântica no Nordeste brasileiro. Foram realizados testes de diagnóstico molecular (PCR) utilizando dois diferentes marcadores em 52 Boa constrictor de vida livre, sendo que esfregaços sanguíneos desses animais também foram analisados microscopicamente. Foram sequenciados 40 amplicons oriundos de dois PCRs do gene SSU RNA ribossomal, com objetivo de avaliar a espécie de Hepatozoon envolvida. Foi observada frequência de infecção duas vezes maior pelos ensaios moleculares do que na análise parasitológica direta. O estudo filogenético sugeriu que duas amostras seriam Hepatozoon musa; duas amostras se posicionaram em um mesmo subclado que Hepatozoon ameiva, assim como foi observada a formação de um subclado exclusivo incluindo cinco amostras, o que sugere uma possível nova espécie de Hepatozoon. Na microscopia, foram observadas alterações morfológicas nas hemácias, bem como parasitemia média de 0,67%. A partir destes resultados, os animais foram divididos em dois grupos, infectados e não infectados, e análises hematológicas e bioquímicas foram realizadas. Não houve diferença estatística significativa entre os grupos para os parâmetros de hemograma analisados. No entanto foi observada associação negativa entre a concentração sérica de creatina quinase e o nível de parasitemia. Foram sugeridos valores de referência hematológicas e de bioquímica sérica para Boa constrictor de vida livre localizadas no Nordeste brasileiro.