“Denúncia! Barrados no Baile": uma análise sobre a compreensão da população em situação de rua acerca da categoria "justiça".

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bengard, Eugênia Fernandes lattes
Orientador(a): Lourenço, Luiz Claudio
Banca de defesa: Lourenço, Luiz Claudio, Cardoso, Maria de Fátima, Peixoto, Geovane De Mori
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39335
Resumo: O fenômeno da população em situação de rua tem se acentuado no Brasil, o que pode ser explicado por um processo dinâmico de vulnerabilização, que pode incluir a desvinculação ou inclusão precária no mercado de trabalho, o cotidiano de violências (em diversos âmbitos), associando-se a condições individuais físicas ou psíquicas, o que pode levar a um rompimento de laços familiares. A partir disso, a presente dissertação tem por objetivo apresentar alguns apontamentos e caracterizações sobre os atravessamentos entre a população em situação de rua e o Sistema de Justiça (com maior ênfase nas Defensorias e a polícia), apresentando sobretudo o entendimento da população em situação de rua, como se dá esse acesso destas às diversas instâncias do Sistema de Justiça e as possíveis barreiras institucionais voltadas para essas pessoas. Busca-se então responder o problema de pesquisa: o que significa justiça para as pessoas em situação de rua? Buscando responder essa pergunta, adotou-se uma metodologia qualitativa através da observação participante, com a realização de entrevistas semiestruturadas com assistidos do Programa Corra pro Abraço, na cidade de Salvador/BA. Com uma pergunta de amplo espectro, pudemos observar e iniciar um diálogo sobre uma discussão ainda incipiente, onde observa-se, através do olhar das pessoas em situação de rua, o que o distanciamento das instituições jurídicas provoca no entendimento deles sobre a justiça. Conclui-se que a justiça é observada como algo “impune”, “inexistente”, “injusta” e “violenta”, sendo efetiva somente para quem tem alto poder aquisitivo. Mas também, conclui-se que é através da mobilização política e do acesso à informação que o acesso efetivo a justiça começa a ser uma possibilidade.