Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Queiroz, Karla Geyb da Silva |
Orientador(a): |
Ristum, Marilena |
Banca de defesa: |
Guedes, Maristela Gomes de Souza,
Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18649
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Resumo: |
A subjetividade é uma categoria de análise científica que integra os fenômenos culturais, sociais e, consequentemente, os fenômenos humanos. Neste sentido, é possível afirmar que os sujeitos se constituem a partir de sua imersão em um mundo estruturado, em um processo de construção histórica. Assim, estudar aspectos relacionados à religião consistiria em uma contribuição para a análise dos fenômenos culturais e, consequentemente, para a compreensão da subjetividade. A religião integra a vida humana colaborando na sua estruturação, exercendo funções culturais, sociais e psicológicas. Diante da multiplicidade de religiões existentes no Brasil, escolheu-se o candomblé, cuja trajetória foi marcada pela proibição, perseguição e silenciamento, justificados pela concepção demonizada de suas práticas e de seus participantes. Como qualquer outra religião, o candomblé conta com a participação de crianças que atuam ativamente nos processos religiosos, seja nas cerimônias iniciáticas, ocupando cargos, ou simplesmente como convidados nas festas. Nos espaços dos terreiros, as crianças sentem-se orgulhosas de sua religião, das funções que ocupam e dos conhecimentos que adquirem, contudo, na escola, experimentam vergonha, silenciamento e discriminação sobre sua pertença religiosa. A centralidade ocupada pela escola nas trajetórias de vida das crianças e os tensionamentos produzidos acerca da pertença religiosa ao candomblé, neste contexto social, denotam a escola como espaço em que condições histórico-culturais são produzidas. O referencial teórico da psicologia histórico-cultural, especificamente, a teoria da subjetividade desenvolvida por González Rey, conforma a base interpretativa dos fenômenos analisados. Este aporte configurou-se como peça fundamental para nortear este trabalho, cujo objetivo geral foi compreender, a partir dos relatos fornecidos pelos adultos adeptos do candomblé inseridos na religião na infância, como a produção de sentidos sobre a pertença religiosa foi balizada pelo contexto escolar. Coerente com o referencial teórico e com o objetivo delineado, esta pesquisa pautou-se no caráter qualitativo, valorizando o singular na produção do conhecimento. Os participantes foram três adultos candomblecistas, que participaram ativamente do candomblé na infância e que estudaram em instituições de ensino público no Estado da Bahia. Os procedimentos para coleta e organização das informações basearam-se nos princípios éticos devidos e os instrumentos utilizados foram o questionário sociodemográfico e a conversação. A organização da conversação realizou-se a partir dos conteúdos temáticos que emergiram no relato dos participantes e foram separados em unidades de registros, seguindo-se a análise pautada nos relatos dos participantes e no referencial teórico da psicologia histórico-cultural. Os resultados estão apresentados em três momentos, que versam sobre a inserção religiosa no candomblé (1), as trajetórias religiosas e o cotidiano nos terreiros (2) e as relações estabelecidas no espaço escolar (3), enfatizando os processos de construção dos sentidos dos participantes nestes espaços sociais. A análise permitiu compreender como a escola balizou, em distintos momentos, a pertença religiosa dos participantes. Os resultados indicam que há um longo caminho para a superação da intolerância religiosa em relação aos adeptos do candomblé. |