Diagnóstico das Condições Geoambientais da Orla Marítima da Costa das Baleias, Extremo Sul do Estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Santos, Adeylan Nascimento
Orientador(a): Bittencourt , Abílio Carlos da Silva Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21850
Resumo: O espaço da orla marítima vem sendo alvo de intensa ocupação devido principalmente às suas riquezas naturais e ao seu elevado valor paisagístico. Dentro deste espaço, o ambiente praial é o principal indutor desta ocupação. As praias da orla da Costa das Baleias representam um importante recurso econômico e ecológico para a região. Os levantamentos de dados foram feitos por meio de caminhamento nas praias, durante o período de 10 a 19 de novembro de 2003, ao longo de um trecho com cerca de 150 km de extensão, tendo sido feitas medidas referentes às condições naturais e antrópicas dessa orla e coletadas amostras de 1 em 1 km, resultando em 148 pontos de amostragem. Ao longo desta orla, foram identificados três tipos de linha de costa: 1) bordejada por terraços arenosos, representando 84,96% de sua extensão, 2) bordejada por planícies de maré, 7,73% e, 3) bordejada por falésias costeiras, 7,31%. As praias desta orla apresentaram sedimentos com granulometria predominantemente com a fração areia média. A declividade e a largura da face da praia apresentaram valores predominantemente entre 4 e 9° e entre 40 e 70 m, respectivamente. As ondas apresentaram alturas pequenas (< 0,5 m) em 89,86% das praias, enquanto que, 10,14% apresentaram ondas grandes (> 0,5 m). A arrebentação variou entre progressiva ou deslizante, mergulhante e frontal, com predomínio do tipo progressiva ou deslizante, com algumas praias apresentando ausência de arrebentação. As areias foram predominantemente da cor creme, com poucas ocorrências das cores esbranquiçada e ocre. As águas apresentaram turbidez em praticamente todas as praias. Estas praias apresentaram estados morfodinâmicos identificados como refletivo em 65,55% das mesmas e, intermediário de terraço de baixa-mar, em 20,94%, sendo que, em 13,51% destas praias não foi possível determinar o seu estado morfodinâmico. Quanto ao nível de segurança para o banho de mar, as mesmas foram consideradas seguras, com exceção daquelas que apresentaram na face da praia feições como terraços de abrasão e restos de vegetação de mangue e de coqueiros, ou ainda ondas grandes, o que caracterizou estas praias como de risco moderado ao banho de mar. Em termos de comportamento, esta orla apresentou cerca de 38,85% de linha de costa em erosão, 29,65% sob equilíbrio, 1,02% sob progradação e 25,44% com alta variabilidade. Foram determinados os níveis de urbanização para esta orla em uma faixa costeira de 50 m de largura a partir do pós-praia, resultando que 85,24% de sua extensão apresentou nível baixo de urbanização, 5,77% nível médio, e 8,99% nível alto de urbanização. As praias da Costa das Baleias são utilizadas principalmente para atividades de recreação e lazer, voltadas principalmente para atender a demanda turística nesta região. Algumas atividades agrícolas foram observadas nesta orla, como o cultivo de coco, a silvicultura e a pesca, esta última desenvolvida ainda de forma artesanal, como principal meio de sobrevivência para pequenas comunidades locais. Esta ocupação não exerce fortes pressões ao longo desta orla, no entanto, a mesma determina alguns conflitos ambientais como: (1) ocupação em locais inadequados, localizados nos limites inferiores aos estabelecidos pelo Projeto Orla, bem como pela Legislação Estadual; (2) ocupações em ambientes altamente instáveis, como em regiões próximas à desembocaduras fluviais; (3) trânsito de veículos nas praias, que pode causar sérios danos ambientais; (4) as atividades agrícolas, assim como a expansão urbana ao longo desta orla, têm causado a destruição de ecossistemas litorâneos; (5) o lixo presente nestas praias, como plástico, foi encontrado em 87,24% dos pontos, vidro, em 46,30% dos pontos, materiais utilizados para a pesca, em 30,80%, resíduos de petróleo, em 19,46% dos pontos e, outros materiais, presentes em 14% dos pontos. A avaliação do potencial de danos econômicos em resposta ao fenômeno da erosão costeira na Costa das Baleias indicou que 86,02% das praias aí localizadas apresentam baixo potencial de danos, 7,40% apresentam médio potencial e, apenas 6,58% dessas praias, apresentam alto potencial de danos.