Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Santos, Adeylan Nascimento |
Orientador(a): |
Bittencourt, Abílio Carlos da Silva Pinto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
IGEO
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Programa de Pós-Graduação: |
GEOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24346
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Resumo: |
A linha de costa do Estado de Alagoas vem sendo alvo de intensa ocupação devido principalmente ao seu elevado valor paisagístico, sendo o ambiente praial o principal indutor desta ocupação. O principal objetivo deste trabalho foi identificar os efeitos da dinâmica costeira atuante ao longo da linha de costa do Estado de Alagoas sobre a ocupação urbana neste ambiente. Os seguintes métodos foram aplicados: (1) construção de um modelo de clima de ondas a partir de diagramas de refração e modelagem numérica da intensidade potencial e do sentido da deriva litorânea efetiva de sedimentos; (2) análises de fotografias aéreas verticais e de imagens de satélite de diferentes datas; (3) caracterização dos cenários para os eventos erosivos ao longo da linha de costa identificados em matérias publicadas por jornais locais; (4) trabalhos de campo realizados em duas diferentes etapas: a primeira, entre os dias 29 de outubro e 13 de novembro de 2006, quando foram realizados caminhamentos ao longo das praias; e, a segunda, entre os dias 23 e 29 de janeiro de 2010, quando foram mapeadas as estradas litorâneas, marcados pontos de controle em campo, aplicados questionários e feito entrevistas com a população local. Os padrões de dispersão de sedimentos reproduzidos para os cenários do Holoceno Tardio (aproximadamente 5.100 ano A.P.) e do Atual, mostraram a existência de uma série de pontos nodais onde ocorre divergência ou convergência no sentido da deriva litorânea efetiva de sedimentos. As zonas de divergência situaram-se, para o Holoceno Tardio, nas proximidades de Tatuamunha e da Pituba. No Atual, a zona de divergência anteriormente localizada em Tatuamunha migrou cerca de 20 km para norte, localizando-se então, nas proximidades de Japaratinga. A segunda zona de divergência manteve sua posição anterior. As modelagens mostraram também a existência de uma zona de convergência no sentido da deriva litorânea efetiva localizada na planície costeira de Maceió. A modelagem conseguiu explicar os diferentes trechos ao longo da linha de costa sob erosão contínua, associando-os à existência desta zonas de divergência, ou ao aumento da intensidade potencial da deriva litorânea efetiva. A análise dos posicionamentos históricos da linha de costa do Estado de Alagoas mostrou a existência de extensos trechos em que a linha de costa apresenta tendência à erosão ou está condicionada a alta variabilidade, totalizando aproximadamente 58%, o que lhe confere um caráter de elevado risco à ocupação urbana de áreas próximas à linha de costa. Uma pesquisa realizada em jornais locais cobrindo o período de 2005 a 2010 mostrou a existência de 30 eventos erosivos que ocorreram em 13 diferentes praias da costa alagoana. Estes eventos ocorreram principalmente em dias de marés de sizígia, assim como em dias de marés de sizígia equinociais, principalmente durante os meses de outono e de inverno, demonstrando um caráter sazonal. Estiveram quase sempre sobre a influência de perturbações atmosféricas de outono e de inverno, demonstrando uma caráter sazonal. Tais perturbações atmosféricas resultaram na intensificação dos ventos alísios de SE, bem como na formação de distúrbio ondulatórios de leste, ou cavados em altos níveis da atmosfera. Foi notada a predominância de ondas e ventos direcionados preferencialmente de SE, com ondas apresentando alturas em alto-mar entre 2 e 3,5 m. Os diagramas de refração de ondas mostraram que alguns locais em que aconteceram os eventos erosivos coincidiram com focos de convergência de ondas de SE. A análise da ocupação urbana sobre a linha de costa do Estado de Alagoas mostrou que aproximadamente 45% desta apresenta-se urbanizada, aproximadamente 48% apresenta-se sob características aqui definidas como semi-desertas e, apenas 7% apresenta-se como deserta. O Setor I, localizado entre as praias de Peroba e o porto de Maceió, apresenta-se como aquele com o maior nível de ocupação urbana; o Setor II, localizado entre o Porto de Maceió e o Pontal do Coruripe, apresenta-se com aquele com o maior percentual de linha de costa semi-deserta; enquanto que o Setor III, localizado entre as praias do Pontal do Coruripe e a foz do rio São Francisco, apresenta principalmente linha de costa aqui considerada como semi-deserta. Sendo este, o único entre os três setores que concentra um trecho de linha de costa deserta. Os resultados demonstram a necessidade de elaboração de medidas de planejamento para a orla marítima do Estado de Alagoas. |