Transver o Mundo: o universo particular da criança no contexto hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Suzart Thomaz, Carla
Orientador(a): Santiago, Diana
Banca de defesa: Caribé, Mariana, Barbosa, Joel
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Música da UFBA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação Profissional em Música
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22833
Resumo: O presente memorial descreve a pesquisa de mestrado desenvolvida no hospital Martagão Gesteira com as crianças residentes na ala da UT D (Unidade de Treinamento em Desospitalização) num periodo de nove meses. A pesquisa acolheu uma série de transformações ao longo da sua gestação, sendo influenciada diretamente, a todo tempo, pelo encontro com as crianças, que moldaram os caminhos que o projeto tomou. Por isso a pesquisa assumiu um caráter qualitativo e experiencial, vivenciando e compreendendo a metodologia ao longo do processo, se permitindo desvendar o caminho ao caminhar. A criança hospitalizada se vê inserida em uma multiplicidade de novas atmosferas, novos cheiros, novas presenças, nova paisagem sonora e intensas movimentações emocionais. Por vezes, a infância é de tal maneira arrancada da criança, que esta vai se dissolvendo entre diagnósticos, exames, expectativas e receios, distanciando-se da inventividade da sua imaginação, da ludicidade de seu pensamento e especialmente da necessidade que o corpo tem de brincar. Portanto, os objetivos dessa pesquisa traçaram o rumo da reconexão da criança com sua infância dentro do ambiente hospitalar e da construção de novas linguagens corporais afim de favorecer a comunicação emocional. Ao longo dos encontros foram sendo desenvolvidas atividades de corpo, de criação, de movimento, atividades sinestésicas, sensoriais e de multilinguagem artística — tudo através da música, dos sons e de composições instantâneas (feitas no momento para o momento). A música tomou forma de medicina. Vínculos puderam ser construídos a partir do som e do afeto, gerando campo fértil de troca e confiança, o que permitiu que a pesquisa alcançasse importantes espaços de reflexão da ação e principalmente, oferecesse lugar seguro para as crianças se expressarem. A maioria das crianças internadas nessa ala do hospital não possuía expressão verbal — por motivos de traqueostomia ou de sequela da doença. A demanda expressiva dessas crianças se tornou evidente logo no início da jornada da pesquisa, por isso, muitas gramáticas corpóreas foram desveladas ao longo desses encontros, tornando clara a possibilidade (e ainda mais a necessidade) de aprimorar e expandir outras comunicações.