Saúde Mental na Atenção Básica: perscrutando dinâmicas socioculturais em uma Unidade de Saúde da Família e suas relações com as práticas de Saúde Mental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Jarlan Miranda dos
Orientador(a): Torrenté, Mônica de Oliveira Nunes de
Banca de defesa: Prata, Nina Isabel Soalheiro dos Santos, Esperidião, Monique Azevedo, Alves, Vania Sampaio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Sapude Coletiva da Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21661
Resumo: O avanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira aponta para uma crescente territorialização da rede de serviços substitutivos. Nesse contexto, a inclusão das ações de saúde mental na atenção básica assume relevância para a ampliação da Rede de Atenção Psicossocial. No cenário nacional, este processo é marcado por importantes iniciativas, contudo, atravessado por grandes dificuldades e desafios a serem superados, especialmente, no que tange à consolidação destas ações na atenção básica. Diante dessa realidade, este trabalho tem como objetivo analisar as relações e dinâmicas socioculturais existentes na atenção básica relacionadas à compreensão do sofrimento psíquico de grupos sociais inscritos em um território e à realização das práticas de saúde mental neste nível de atenção. Utilizou-se como metodologia a etnografia, com a realização da observação participante no cotidiano do trabalho em saúde, entrevistas narrativas com os usuários e grupos focais com os profissionais do serviço. A partir de uma compreensão da antropologia interpretativa, a análise consistiu em reconstituir os fios da teia de significados tecidos e enredados nas trajetórias dos sujeitos, expressos nas narrativas produzidas e/ou nas práticas concretas. Os aspectos analisados sinalizaram níveis diferenciados de apropriação das noções teóricas e técnicas no âmbito da saúde mental, assim como diferenças na vinculação e implicação na realização do cuidado às pessoas com sofrimento psíquico entre as três categorias profissionais: com formação superior, com curso médio/técnico e agentes comunitários de saúde. Entretanto, no conjunto, as práticas realizadas pela equipe sinalizaram mudanças importantes no processo de cuidado direcionado para a integralidade e ampliação do acesso à saúde e, por conseguinte, mudanças na qualidade de vida dos usuários, especificamente, de uma usuária acompanhada de forma mais aprofundada na pesquisa. Por fim, destacamos ainda mais a importância da inclusão das ações de saúde mental na atenção básica, ao reafirmar a centralidade da constituição de dispositivos de base territorial neste campo, necessários para superar a assistência manicomial e a iatrogenia gerada por esse modelo. Neste sentido, a atenção básica estaria construindo um novo tipo de relação com a saúde mental, ao passo que estaria aumentando sua capacidade de resolução dos problemas de saúde e ampliando seu potencial para produzir mudanças.