Da transgressão confinada às novas possibilidades de subjetivação: resgate e atualização do legado Dzi a partir do documentário Dzi Croquettes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cysneiros, Adriano
Orientador(a): Thürler, Djalma
Banca de defesa: Colling, Leandro, Garcia, Paulo César
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16300
Resumo: Desde a extinção da formação inicial do grupo Dzi Croquettes, em 1976, muito se avançou no ocidente no que concernem os estudos feministas, gays, de gênero e queer, da subalternidade e pós-coloniais. Levando em consideração também as transformações socioculturais ocorridas, este trabalho pretende compreender a potência do referido grupo de teatro, quando visto nos dias de hoje através do documentário homônimo, na criação de novas possibilidades de subjetivação no panorama sociocultural brasileiro. Para tanto, busca-se contextualizar o seu surgimento na esteira da contracultura; antenados aos acontecimentos fora do Brasil, como os movimentos sociais nascentes, e sob a forte influência do movimento Tropicália, eles subiram ao palco sob o comando técnico de Lennie Dale e o humor de Walter Ribeiro e lançaram as bases para um novo gênero teatral, brasileiríssimo, que mais tarde viria a ser conhecido como besteirol. Tudo isso fizeram em cima do salto, trajando vestimentas masculinas e femininas sobre corpos sarados, peludos e pesadamente maquiados e purpurinados: eram o retrato da androginia. Sua performance tinha a potência de borrar limites e desnaturalizar corpos, expondo o caráter performativo dos gêneros e possibilitando diferentes perspectivas acerca da opressiva estrutura do armário e seu papel na dinâmica de sujeição e abjeção. Pretende-se, ainda, registrar como o referido grupo teatral fez uso do artifício e do fracasso, principalmente no que concerne às noções de gênero, para territorializar novos afetos e construir novas possibilidades de real social; essa reflexão é atravessada pelo modo como os Dzi Croquettes “reciclam” a instituição da família e, também, como afetos como a vergonha, a humilhação e a culpa perpassam a vida sob a marca da diferença. Para dar conta do que se propõe, será utilizada como procedimento metodológico a cartografia como sugerida por Rolnik (2006).