Experiência de filhas (os) e mães com o afastamento paterno por violência conjugal: o discurso materno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cruz, Moniky Araújo da lattes
Orientador(a): Gomes, Nadirlene Pereira lattes
Banca de defesa: Gomes, Nadirlene Pereira lattes, Gabatz, Ruth Irmgard Bärtschi lattes, Palombo, Claudia Nery Teixeira lattes, Mauricio, Maria Deolinda Antunes da Luz Lopes Dias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38490
Resumo: A violência intrafamiliar é uma realidade presente no cotidiano de muitas crianças e adolescentes, que presenciam e/ou vivenciam diversas expressões de abusos em seus próprios lares. Essa conjuntura, que compromete a saúde e o desenvolvimento humano desses indivíduos, encontra-se ainda mais acirrada de diante situações como separações e denúncias por violência conjugal, que tendem a intensificar os conflitos conjugais e, por sua vez, os familiares, cuja compreensão é essencial para se pensar estratégias com fins na proteção desses menores. O estudo teve como objetivo: compreender como filhas(os) e mães experienciam o afastamento paterno por violência conjugal e como objetivos específicos: desvelar na perspectiva de mães como as crianças/adolescentes experienciam o afastamento paterno por violência conjugal e; desvelar a relação das mães com seus filhos no contexto de afastamento paterno por violência conjugal. Pesquisa com abordagem qualitativa de cunho descritivo-exploratório desenvolvida em uma Vara de Violência doméstica e familiar e no âmbito da Operação Especial Ronda Maria da Penha com oito mulheres envolvidas(os) em situação de violência. Adotados como critérios de inclusão estar em processo judicial por violência conjugal, ter filhas(os) menores de 18 anos com o réu do processo, estando este afastado do lar e, exclusão não apesentar estabilidade emocional segundo avaliação da psicóloga. A técnica de coleta de dados foi a entrevista guiada com base em um formulário semiestruturado que contempla aspectos sociodemográficos e as seguintes perguntas norteadoras: Me fale sobre o processo de separação do pai para sua/seu filha(o) e me fale da sua relação com sua(eu) filha(o) antes e depois do processo judicial por violência conjugal? As entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e organizadas com base na análise de conteúdo proposta por Franco. Foram respeitados os preceitos éticos da bioética no que tange a beneficência, não maleficência, justiça e autonomia conforme o Conselho Nacional de Saúde. O discurso materno revelou que suas/seus filhas(os) experienciaram o afastamento paterno por meio de maior apego à mãe e proteção à figura feminina, ao passo que, com o pai, as crianças/adolescentes apresentaram ressentimento em paralelo com saudades da relação outrora existente, além de revelar esperança pela reconstrução do núcleo familiar. Essa vivência para mães em relação a prole foi expressa através de preocupações com o emocional, o provimento e a manutenção da rotina da criança, assim como o receio com a relação entre pai e filha(o). O estudo permitiu compreender que as experiências de infantojuvenis e suas mães são permeadas por sentimentos que podem representar um adoecimento em ambos ou ainda desencadear uma relação tóxica que comprometa o desenvolvimento saudável.