Da "cidadania regulada" à cidadania regressiva: um estudo de caso do projeto de cooperativismo urbano da CUT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Jesus, Selma Cristina Silva de
Orientador(a): Faria, Maria da Graça Druck de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós- Graduação em Ciências Sociais da UFBA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/9869
Resumo: O objeto de estudo é a relação entre sindicalismo e cooperativismo a partir da experiência da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no âmbito da economia solidária, por meio das ações e projetos desenvolvidos pela Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS). No contexto da crise dos anos 1980 e 1990, vários estudiosos têm identificado um ressurgimento do ideário cooperativista no cenário urbano e rural, que tem reunido diversos atores sociais da sociedade civil e do Estado. É sob tal perspectiva que analisamos os caminhos trilhados pela CUT no campo do cooperativismo a partir dos anos 1990. Desse modo, na tese refletimos sobre a relação entre o sindicalismo e o cooperativismo no Brasil, tendo como pano de fundo o debate sobre flexibilização e precarização do trabalho, a expansão das cooperativas de trabalho e de produção no cenário urbano nos anos 1990, a economia solidária e a crise do movimento sindical. Este trabalho é resultado da articulação de diferentes tipos de pesquisa, quais sejam: pesquisa bibliográfica, levantamento de dados secundários e estudos de caso. A partir do estudo realizado identificamos que a globalização, o projeto neoliberal, a reestruturação produtiva e seus impactos sobre o trabalho e o emprego impuseram desafios para ação sindical. Um desses desafios é a necessidade de buscar formas de representação dos trabalhadores informais e desempregados. A CUT entende que o cooperativismo é um caminho para responder a esta necessidade. Todavia, o estudo de caso realizado nos empreendimentos solidários da Bahia revelou que ao incorporar o modelo de economia solidária, a Central Sindical obsta a organização dos trabalhadores pela universalização dos direitos fundamentais do trabalho e contribui para a disseminação da precarização social. Enfim, embora os resultados do estudo empírico não possam ser generalizados para o conjunto dos empreendimentos acompanhados pela ADS-CUT, nem tampouco para a totalidade dos empreendimentos vinculados à economia solidária; os dados levantados nesta pesquisa revelam que a associação dos trabalhadores precarizados e desempregados em torno do cooperativismo, ao menos no cenário urbano, têm contribuído para a “perda da razão social do trabalho” e não para a constituição de uma “nova razão social do trabalho”.