Composições Esperpênticas: o grotesco como estratégia de desestabilização do feminino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Flick, Milena
Orientador(a): Silva, Hebe Alves da
Banca de defesa: Silva, Hebe Alves da, Lopes, Cássia Dolores Costa, Infante, Joyce Rodrigues Ferraz
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27160
Resumo: A presente dissertação é um estudo vinculado a processos artísticos no campo das artes cênicas, especialmente do teatro, e pretende investigar a atuação do grotesco como estratégia cênico-dramatúrgica na desestabilização da categoria nomeada “feminino”. Esta investigação parte da hipótese de que o grotesco, como uma estratégia estética que joga com a hipérbole, o estranhamento, a ironia e o paradoxo, quando associado ao feminino, poderia colocar em tensão e desconforto a suposta estabilidade dessa categoria do corpo, apresentando estratégias artísticas para a sua subversão. Objetivase, portanto, investigar processos artísticos que se utilizem do grotesco em suas composições estéticas produzindo uma crítica às padronizações que normatizam e definem os corpos ditos “femininos” dentro das estruturas de poder dominantes e que apontem possibilidades de expansão destes corpos para além das fronteiras que as categorizações engendram. Para tanto, adotam-se os esperpentos valleinclanianos, suas propostas artísticas e articulações com processos de criação contemporâneos, como território cênico no qual se articulam as investigações em questão. Nessa conjuntura, o trabalho concentra-se na atuação do grotesco como estratégia cênico-dramatúrgica presente em composições artísticas esperpênticas, no que concerne, sobretudo, às proposições que potencializariam suas características subversivas de maneira a desestabilizar configurações normativas do feminino. Para discutir a hipótese levantada, estabelece diálogos com estudos feministas, notadamente em sua vertente pós-estruturalista, numa problematização da relação entre feminino e grotesco, para chegar à proposição do termo “femininos grotescos” como sugestão de abordagem analítica. Finalmente, discute as articulações teóricas do trabalho e suas contaminações em processos artísticos, apresentando atravessamentos que foram e estão sendo ecoados em práticas do grupo Panacéia Delirante.