Mulheres quilombolas: memórias, territorialidades e encantos na Baixada Maranhense

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ayres, Gardenia Mota lattes
Orientador(a): Müller, Cíntia Beatriz lattes
Banca de defesa: Cíntia Beatriz, Müller lattes, Carvalho, Ana Paula Comin de lattes, Martins, Cynthia Carvalho lattes, Fernandes, Mariana Balen lattes, Oliveira, Rosy de lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41067
Resumo: A Tese apresentada é um encontro onde etnografia, escrevivência e autoetnografia tecem narrativas de mulheres negras quilombolas, a fim de ampliar o (re)conhecimento destas no contexto das formas de resistências negras que fornecem condições para a configuração e defesa dos territórios coletivos. A tese é um cruzamento de rotas, uma plataforma insurgente de produção de conhecimentos corporificados, da experiência compartilhada, rompendo silenciamentos, interdições e demais efeitos das formas de subalternização prescritas pela violência colonial e pós-colonial aos classificados como “Outros”. As narrativas apresentadas privilegiam trajetórias de mulheres quilombolas que concorrem para o a construção de territorialidades específicas a partir do referencial feminino. A “fundação” do quilombo, por meio da “fuga” de Pruquera Viveiros, repercute no território Camaputiua onde as mulheres quilombolas são as “guardiãs” da memória. A recriação da memória está nas práticas transmitidas no cotidiano; nas relações com “caboclos, encantados” e santos católicos que fornecem significados e instrumentos na proteção da vida e do território comum. A pesquisa foi realizada no território Quilombola de Camaputiua, mais precisamente na comunidade quilombola Camaputiua, localizado no município de Cajari, ao norte do estado do Maranhão, em uma “região” denominada geograficamente de “Baixada Maranhense”. A tese concluiu que reposicionar as mulheres quilombolas na luta pelo acesso à terra é fornecer outras interpretações para o significado de quilombo, aliando possibilidades de diálogos que interseccionam raça, gênero, etnia e classe. Ampliar o reconhecimento das práticas de resistências das mulheres quilombolas no acesso à propriedade coletiva da terra, a partir da formação dos quilombos, da construção de territorialidades específicas, da recriação da memória, além de fornecer elementos para garantir a titulação definitiva do território coletivo, é condição crucial para, contribuições como: elaboração de outras proposições e garantias de direitos civis e políticos, que assegurem às mulheres quilombolas sua integridade face ao enfrentamento à violência agrária, e, sobretudo, potencialização do debate sobre o feminismo quilombola, considerando práticas emancipatórias recriadas por meio do vínculo com a memória e a ancestralidade.