Monitoramento , modelagem e efeitos do fogo no nordeste da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santana, Mariana Martins Medeiros de lattes
Orientador(a): Mariano Neto, Eduardo lattes
Banca de defesa: Mariano Neto, Eduardo lattes, Melo, Felipe Pimentel Lopes de lattes, Rocha, Washington de Jesus Sant'Anna da Franca lattes, Dodonov, Pavel lattes, Silva, Bruno Vilela de Moraes e lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ecologia:TAV(antigo Programa de Pós em Ecologia e Biomonitoramento) 
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35587
Resumo: Mudanças nos regimes naturais de fogo na Amazônia podem afetar a sustentabilidade de florestas e savanas. No entanto, falta uma compreensão dos determinantes causais e dos efeitos de diferentes regimes de fogo sobre a biodiversidade dos ecossistemas do nordeste da Amazônia. Além disso, existem divergências sobre o que poderá acontecer com a atividade de fogo em cenários futuros de mudanças climáticas. Este estudo teve como objetivos: (i) sintetizar os esforços de pesquisa anteriores em Ecologia do Fogo que utilizaram técnicas de Sensoriamento Remoto (SR), através de análise cienciométrica e redes de conexão; (ii) modelar a distribuição espacial recente de propensão à fogo, pelo método de máxima entropia (MaxEnt), identificando os principais drivers; (iii) projetar o futuro “nicho de fogo” em dois cenários constrastantes de aquecimento global, considerando os dados do modelo CNRM-CM6-1 para as próximas décadas e para o final deste século; e (iii) analisar como diferentes recorrências de fogo podem ter afetado a estrutura e diversidade (taxonômica e funcional) de savanas, através da interpretação de modelos mistos aditivos generalizados (GAMM). As análises cienciométricas permitiram identificar que SR e Ecologia do Fogo são ciências que evoluíram ao longo do tempo de forma complementar, contribuindo para ampliar os estudos em biodiversidade, conservação e monitoramento ambiental. Nossos modelos de probabilidade de ocorrência de fogo demonstraram que ignição são mais comuns em savanas do que em florestas devido à sinergia de fatores socioeconômicos e ambientais. Contudo, em longo prazo, mudanças em direção a um clima mais quente e seco podem resultar em uma grande expansão regional de áreas propensas a incêndios. Por fim, encontramos que em savanas a diversidade taxonômica atingem níveis máximos em paisagens sob regimes de frequência intermediária de fogo. O aumento da frequencia de fogo pode estar resultando na perda de espécies que desempenhando papéis funcionais redundantes e pode estar havendo ainda a entrada de novas espécies de gramíneas e herbáceas favorecidas por esse distúrbio. Logo, apesar de não diminuir a riqueza funcional, o fogo modifica a diversidade funcional. Concluímos que em escalas locais a alta frequência de incêndios reduz a diversidade biológica, um impacto que a longo prazo pode ser irreversível, sobretudo se mudanças climáticas convergirem para cenários de maior aquecimento global.