Inflamabilidade de espécies do estrato herbáceo do Cerrado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Zanzarini, Vagner Augusto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191443
Resumo: Sistemas savânicos são compostos por espécies herbáceas, principalmente gramíneas C4, as quais se expandiram há milhões de anos atrás, alterando a ocorrência de fogo nas regiões sub e tropicas do globo terrestre. Assim sendo, em sistemas como o Cerrado, onde o fogo está presente há pelo menos 4 milhões de anos, as espécies selecionadas por este fator possuem atributos inflamáveis que contribuem para a propagação das chamas. A essa capacidade que diversas espécies possuem de entrarem em combustão e serem consumidas, chamamos de inflamabilidade, sendo um componente essencial dos sistemas inflamáveis, contribuindo para o regime de fogo do ambiente, a partir de fatores ambientais, como a sazonalidade, e composição de espécies. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo compreender a inflamabilidade das espécies herbáceas de ambientes savânicos do Cerrado, bem como entender quais são os grupos e os atributos vegetais que mais influenciam a inflamabilidade do sistema de acordo com a sazonalidade do ambiente. Diferentes espécies de herbáceas, arbustos e gramíneas foram coletadas em áreas de campo sujo do Cerrado durante a estação chuvosa e ao longo da estação seca (começo, meio e fim). Medições dos atributos de inflamabilidade (temperatura máxima, taxa de queima e biomassa consumida) e morfofisiológicos (biomassa morta, teor de umidade e área específica foliar) dessas espécies foram realizadas durante tais épocas, afim de compreender se existia variações na inflamabilidade. Além disso, 21 espécies de gramíneas também foram coletadas no meio da estação seca em duas regiões de Cerrado campo sujo diferentes, onde os atributos citados acima também foram mensurados. Com isso, avaliamos a variabilidade na inflamabilidade entre as diversas espécies de gramíneas, além de compreender qual atributo vegetal estaria mais relacionado com o aumento da inflamabilidade. Assim sendo, concluímos que as gramíneas são as espécies que estão influenciando significativamente a inflamabilidade das vegetações savânicas, principalmente durante o meio da estação seca, pois é quando esse grupo encontrou-se mais inflamável. Por otro lado, os arbustos e as herbáceas se mostraram com baixa inflamabilidade, independente da época do ano. As gramíneas apresentaram tais variações entre as estações devido as mudanças na quantidade de biomassa morta e no teor de umidade, os quais foram considerados os principais influenciadores da inflamabilidade. Por fim, também foi possível observar que nem todas as espécies de gramíneas possuem a mesma inflamabilidade, havendo espécies menos e mais inflamáveis no sistema, contribuindo para a propagação heterogênea do fogo. Além disso, constatamos que a quantidade de biomassa morta foi o atributo vegetal que contribuiu para o aumento da inflamabilidade das espécies. Portanto, diante de tais resultados, concluímos que a presença das gramíneas compondo o estrato herbáceos dos sistemas savânicos, como o Cerrado, torna-se imprescindível para manter a inflamabilidade do sistema, bem como o regime de fogo, além de manter as características ambientais e estruturais das fisionomias abertas, fazendo com que espécies como arbustos e herbáceas sejam também consumidas pelo fogo e, consequentemente, persistam na comunidade.