O ensino da oralidade e da variação linguística. Ele existe, afinal?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Beltrão, Eliana Lúcia Santos
Orientador(a): Souza, Iracema Luiza de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras e Lingüística
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29831
Resumo: O objetivo dessa dissertação de Mestrado é analisar duas coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, recentemente publicadas e adotadas em escolas públicas e privadas em todo país, para verificar o tratamento dado à modalidade oral de linguagem e ao estudo da variação linguística. Também buscou-se, através de um questionário dirigido aos professores de língua materna, verificar como são abordadas essas questões em sala de aula e que concepção de linguagem norteia as práticas pedagógicas. Com base no levantamento e análise dos dados pesquisados, foi possível verificar se as práticas de linguagem sugeridas pelos manuais didáticos e/ou praticadas pelo professor possibilitam ao aluno: compreender que a fala é uma modalidade de língua, com características próprias; compreender as condições sócio-históricas de constituição das variedades; utilizar gêneros orais formais, em situações reais de usos, conscientizando-se dos objetivos relativos à produção e à compreensão desses gêneros; apreciar criticamente os diversos usos de linguagem e seus efeitos. Para a análise dos dados levantados, tomou-se, como referencial teórico, a Linguística Aplicada e a Sociolinguística por apresentarem estudos, teorias e pesquisas sobre questões referentes à linguagem e seus usos. Concluiu-se que existe, por parte dos autores das coleções analisadas, preocupação com o trabalho de leitura e produção a partir de gêneros textuais orais, embora a predominância ainda seja de textos pertencentes a gêneros da modalidade escrita. Também verificou-se que, embora haja atividades que proponham um trabalho com a linguagem oral, essas são, em sua maioria, de oralização. Quanto à variação linguística, a abordagem, geralmente, carece de um aprofundamento ou de uma reflexão a respeito dos fenômenos da mudança linguística, e as atividades, normalmente, não levam em conta nem procuram analisar ou considerar os fatores sociais (externos) e os fatores linguísticos (internos) que podem explicar a mudança já ocorrida ou em processo, entre outras questões.