Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Santos, Balbino Lino dos
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Orientador(a): |
Costa, Silvia Lima
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Banca de defesa: |
Costa, Silvia Lima
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Moreira, José Claudio Fonseca
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Zimmer, Eduardo Rigon
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Baccan, Gyselle Chrystina
,
Macambira, Simone Garcia
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Imunologia - (PPGIM)
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Saúde - ICS
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37934
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Resumo: |
A ativação microglial desempenha papel crucial na patogenia de doenças neurodegenerativas (NDD), e o controle desta ativação têm sido alvo de investigações como estratégia ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para NDD. A agatisflavona, purificada de Cenostigma pyramidale (Tul.), demonstrou ser neuroprotetora em modelos in vitro de excitotoxicidade induzida por glutamato e danos inflamatórios. No entanto, o papel potencial da regulação microglial por agathisflavona nesses efeitos neuroprotetores ainda não está claro. Neste trabalho, nós investigamos em células microgliais do córtex de ratos e em células microgliais de linhagem humana induzidas ao dano inflamatório, os efeitos da agatisflavona em modular a resposta inflamatória com vistas a elucidar mecanismos de neuroproteção. Para isto, culturas de microglias humanas da linhagem C20 e microglias isoladas do córtex de ratos Wistar recém-nascidos foram expostas a oligômeros do peptídeo β-amilóide (500nM) por 4h ou a lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS, 1µg/mL) por 24h e então tratadas ou não com agatisflavona (1µM) por 24h. Culturas de células neuronais PC12 foram expostas ao meio condicionado da microglia de rato (MCM) tratado ou não com agatisflavona. Em um primeiro trabalho, observamos que o LPS induziu a microglia a assumir um estado inflamatório ativado (CD68 aumentado, com fenótipo mais arredondado/amoebóide). No entanto, a maioria das microglias expostas ao LPS e agatisflavona apresentaram um perfil anti-inflamatório (CD206 aumentado e fenótipo ramificado), associado à redução da expressão de NO, GSH, inflamassoma NLRP3, IL1-β, IL-6, IL-18, TNF, CCL5 e CCL2. O docking molecular também mostrou que a agatisflavona se ligou ao domínio inibitório NLRP3 NACTH. Além disso, nas culturas de células PC12 expostas ao MCM previamente tratado com o flavonoide, a maioria das células preservaram os seus neuritos e aumentaram a expressão de β-tubulina III. No segundo trabalho, observamos que o β-amilóide e o LPS induziram as culturas de microglia a assumir um estado inflamatório ativado, com aumento na expressão de miR-146a e miR-155 e dos mediadores inflamatórios IL1-β, IL-6 e NOS2. No entanto, nas células expostas ao dano inflamatório e tratadas com agatisflavona, observamos redução significativa na concentração de miR146a e miR-155, bem como das citocinas inflamatórias avaliadas. Observamos também nas células estimuladas apenas com β-amilóide, um aumento na relação das proteínas sinalizadoras p-STAT3/STAT3, e nas células estimuladas com β-amilóide e tratadas com flavonoide, redução nesta relação. Além disso, mostramos que agatisflavona regulou negativamente a concentração microglial de cálcio citosólico, sugerindo seu efeito antagonista em receptor purinérgico. Assim, estes dados reforçam a atividade anti-inflamatória e o efeito neuroprotetor da agatisflavona, associados ao controle do inflamassoma NLRP3 e de mediadores inflamatórios, com destaque também ao seu potencial na regulação de miRNAs associados a neuroinflamação. Estes resultados fortalecem o potencial deste flavonoide como uma molécula promissora ao tratamento ou a prevenção de doenças neurodegenerativas. |