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Cognições do microempresário soteropolitano: casos de sucesso e fracasso no setor comércio varejista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Belmont, Víctor Manuel Carrasco
Orientador(a): Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt
Banca de defesa: Pérez, Erico Rentería
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30647
Resumo: O desdobramento das microempresas tem mostrado sua importância na estabilidade econômica dos países em desenvolvimento. No Brasil, o Cadastro Central de Empresas registrou que das 4,8 milhões de empresas ativas, 87,3% são consideradas microempresas. Assim mesmo, tais empresas, em consonância com as pequenas empresas, são as principais geradoras de riqueza no setor comércio do país (53,4% do PIB deste setor). Apesar da relevância na economia brasileira, estudos mostram que a taxa de sobrevivência das microempresas diminui com o passar dos anos, pois este tipo de negócios apresenta curta durabilidade. O objetivo deste estudo é mapear os esquemas cognitivos construídos por microempresários soteropolitanos do setor comércio varejista, identificando as atribuições causais sobre o sucesso e o fracasso nas microempresas. Os esquemas enfatizam a construção da realidade e constituem blocos da cognição, reunindo o conhecimento e a experiência que as pessoas adquirem em relação a um elemento da realidade. Reconhecer o peso atribuído aos fatores ambientais e psicossociais, assim como as causas que podem estar passando despercebidas no microempresário, é uma tentativa de ampliar o panorama sobre esse tipo de empresas, seu desenvolvimento e possíveis melhorias no funcionamento. O método proposto para esta pesquisa é de natureza qualitativa e interpretativa. Participaram do estudo dez microempresários do setor varejista da cidade de Salvador. Para a coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas que constaram de duas etapas. Na primeira etapa, o participante respondeu a perguntas relacionadas com a sua trajetória empresarial. Na segunda etapa, o participante selecionou, entre 18 fichas com fatores que a literatura aponta como fontes de sucesso e fracasso, aquelas que explicariam episódios da sua trajetória e a de outros microempresários. Foram utilizados mapas cognitivos para representar visualmente como os participantes esquematizaram as percepções individuais e coletivas, permitindo ter uma visão detalhada de cada caso, assim como comparar os fatores de sucesso e fracasso atribuídos nas suas microempresas com os reconhecidos nas microempresas alheias. Foi possível também comparar as atribuições feitas pelos participantes considerando as suas condições de gênero, escolaridade e experiência profissional. Os resultados mostraram que os microempresários tendem a atribuir o sucesso, próprio e alheio, aos fatores psicossociais. Enquanto ao fracasso, suas percepções mostraram divergências, sendo que, o fracasso próprio é devido principalmente a fatores ambientais, enquanto que o fracasso alheio é atribuído principalmente aos fatores psicossociais, resultados congruentes com a teoria da atribuição causal. Podemos concluir que os fatores persistência e autoconfiança, administração e logística adequada, produtos de qualidade e fidelidade com o cliente tiveram maior peso nas explicações de sucesso, enquanto que o ações do governo, a falta de redes de apoio, desconhecimento do mercado e gestão inadequada receberam maior peso na explicação do fracasso.