Estilos cognitivos e comportamentos estratégicos na pandemia COVID-19: uma análise nos microempresários brasileiros e mexicanos dos setores serviços e comércio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Belmont, Victor Manuel Carrasco lattes
Orientador(a): Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt lattes
Banca de defesa: Bentivi, Daiane Rose Cunha lattes, Janissek, Janice Aparecida lattes, Cavero, Carlos Alberto Pulido, López, Aristeo Santos, Bastos, Antônio Virgílio Bittencourt
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Departamento: Instituto de Psicologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38459
Resumo: O comportamento estratégico nas organizações é constantemente influenciado pelo contexto e pelas formas de gerir dos dirigentes. Nas microempresas, as estratégias estão normalmente a cargo de uma única pessoa, o gerente-proprietário, e não de uma coalizão dominante, como ocorre em corporações de maior tamanho. Nesse sentido, o estilo cognitivo do tomador de decisão pode, de maneira significativa, influenciar o comportamento estratégico adotado pela microempresa, sendo que esse estilo agirá, ou reagirá, ao ambiente de forma determinada. A tese se objetivou a analisar as relações existentes entre os estilos cognitivos, os comportamentos estratégicos e as mudanças na gestão durante a pandemia COVID-19 nos microempresários brasileiros e mexicanos dos setores comércio e serviços. O método proposto para esta pesquisa é de natureza quantitativa, exploratória, descritiva e correlacional. Participaram do estudo 240 microempresários (120 brasileiros e 120 mexicanos) dos setores comércio e serviços. Para a coleta de dados, foi criada, validada e depois testada a EQEC em conjunto com o Questionário sobre Estratégias Genéricas (Miles & Snow, 1978), adaptado do português ao espanhol, e um questionário introdutório que incluiu informações sociodemográficas, empresariais e do contexto pandêmico. Realizaram-se análises fatoriais, descritivas e correlacionais. Os resultados mostraram evidências de validade significativas para a EQEC no contexto brasileiro e mexicano. O Questionário sobre Estratégias Genéricas também mostrou evidências de validade significativas na adaptação ao espanhol. Os estilos cognitivos “Revolucionário” e “Conquistador” foram os mais predominantes tanto nos microempresários brasileiros quanto nos mexicanos. Por outro lado, o comportamento estratégico “Analítico” predominou nos microempresários brasileiros, enquanto que “Prospetor” e “Defensivo” predominaram nos microempresários mexicanos. Houve associações significativas entre os estilos cognitivos, os comportamentos estratégicos e as mudanças na gestão durante a pandemia. O estilo “Conservador” se relacionou positivamente com o comportamento “Defensivo” e negativamente com os comportamentos “Analítico” e “Prospetor”; o estilo “Revolucionário” se relacionou positivamente com o comportamento “Prospetor”, e; o estilo “Conquistador” se relacionou positivamente com o comportamento “Analítico” e negativamente com o comportamento “Prospetor”. Adicionalmente, o estilo “Conservador” teve uma relação negativa com mudanças “Altas” na gestão durante a pandemia, e uma relação positiva com mudanças “Baixas”; o estilo “Constitucionalista” mostrou uma relação negativa com mudanças “Altas” na gestão durante a pandemia, e; o estilo “Revolucionário” mostrou uma relação negativa com mudanças “Baixas” na gestão durante a pandemia, e uma relação positiva com mudanças “Altas”. Assim mesmo, o comportamento “Prospetor” mostrou uma relação positiva com mudanças “Altas” na gestão durante a pandemia; “Analítico” mostrou uma relação negativa com mudanças “Baixas” na gestão durante a pandemia, e; “Defensivo” mostrou uma relação positiva com mudanças “Baixas” na gestão durante a pandemia. Também se identificaram associações significativas entre as variáveis e as características sociodemográficas (idade e sexo). Conclui-se que a EQEC é capaz de determinar amplamente os estilos cognitivos dos empresários. Também se demonstra que a maioria dos participantes tomou decisões de maneira revolucionária ou conquistadora durante a pandemia, ou seja, inovaram nas suas empresas usando experiências anteriores ou geriram abrangentemente, usando comportamentos “Analíticos”, “Defensivos” ou “Prospetores”. Dentre as mudanças na gestão durante a pandemia, novas formas de administrar, reorganizar a empresa e desenvolver novos produtos/serviços foram as mais frequentes. Deduz-se que a gestão organizacional não somente é influenciada pelo contexto, senão também pelos estilos cognitivos e as características pessoais dos microempresários.