Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Meira, Michel Macedo
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Orientador(a): |
Cruz, Simone Cerqueira Pereira
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Banca de defesa: |
Heilbron, Monica da Costa Pereira Lavalle
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Caxito, Fabrício de Andrade
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Cruz, Simone Cerqueira Pereira
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia (PGGEOLOGIA)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38438
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Resumo: |
A área de estudo situa-se na região noroeste do Cráton São Francisco (CSF), no setor ocidental do Orógeno Minas-Bahia. Duas sequências metavulcanossedimentares foram identificadas a partir da descrição de furos de sondagem e de mapeamento geológico sistemático. A mais velha foi denominada de Formação Boqueirão de Baixo (FBB) e a mais nova a Formação Chapada Grande (FCG), aqui definidas, as quais representam diferentes estágios de um sistema orogênico riaciano. Estas sequências ocorrem em contato tectônico, por zonas de cisalhamento. Na FBB foram identificados anfibolitos de granulação principalmente fina, nos quais predomina microestrutura nematoblásticas, associados a xistos de protólito sedimentar. Os anfibolitos são toleíticos de alto ferro e baixo potássio com padrões de ETR planos, anomalias negativas de Nb e Ta e positiva de Pb. Possuem idade de cristalização em 2218±18 Ma e de metamorfismo em 2020±7 Ma, com idade modelo TDM(t) entre 2,38 e 2,28 Ga e ƐHf(t) entre +3,78 e +5,6. Essas rochas foram interpretadas como provenientes de um arco continental instalado em crosta fina na margem leste da paleoplaca Bom Jesus da Lapa. A FCG foi subdividida em quatro unidades litoestratigráficas onde ocorrem rochas metavulcânicas básicas e intermediárias a ácidas que estão intercaladas genericamente com rochas metassedimentares siliciclásticas e químicas. As rochas básicas compreendem xistos máficos e anfibolitos, ambos de granulação principalmente fina, em que a microestrutura metamórfica nematoblástica é predominante. São rochas transicionais a calcioalcalinas, de baixo a médio potássio, com enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP. Também apresentam anomalias negativas pronunciadas de Nb e Ta e positiva de Pb. As rochas intermediárias a ácidas foram identificadas em duas unidades distintas da FCG, com texturas ígneas preservadas, como porfirítica e poiquilítica, além de bordas de corrosão em feldspatos. Na primeira, é representada por um metadacito com idade de cristalização em 2096±20 Ma, idade modelo TDM(t) de 3,57 Ga e ƐHf(t) igual a -18,5. Na segunda, o vulcanismo intermediário a ácido compreende metalatitos e metatraquitos subalcalinos a alcalinos, calcioalcalinos, de alto potássio, metaluminosos a peraluminosos, magnesianos e de afinidade shoshonítica. Apresentam um forte enriquecimento de ETRL em relação aos ETRP e anomalias negativas de Nb, Ta e Ti. A idade de cristalização é 2066±6 Ma, com idade modelo TDM(t) entre 3,51 e 3,13 Ga e ƐHf(t) entre -16,44 e -8,84. Os litotipos alcalinos possuem características similares a sanukitoides. As rochas vulcânicas básicas a ácidas da FCG são interpretadas como formadas em um arco continental desenvolvido na margem leste da paleoplaca Bom Jesus da Lapa. Por sua vez, a associação de rochas metassedimentares sugere, de SE para NW, deposição em bacias forearc, intra-arco e de margem passiva, com flutuações do nível do mar e presença de grafititos. Após a colisão continental são geradas zonas de cisalhamento transcorrentes sinistrais NNW-SSE que geram uma bacia pull-apart que acomoda o plutonismo da Suíte Guanambi e as rochas metassedimentares que sustentam as serras na porção oeste da área. A existência de processos de acreção crustal durante o Riaciano-Orosiriano na região vem sendo objeto de estudo de diversos trabalhos, os quais, com o auxílio de dados aerogeofísicos, geocronológicos e isotópicos, permitem inferir que a área apresenta uma diversidade de terrenos maior do que aparentam os mapas geológicos de superfície. Assim, o aprofundamento do conhecimento da geologia da área pode contribuir no entendimento dos processos de formação e estabilização do CSF e de seu papel na construção do supercontinente Columbia. |