Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Reis, João Henrique de Oliveira
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Orientador(a): |
Druzian, Janice Izabel
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Banca de defesa: |
Anjos, Jeancarlo Pereira dos
,
Druzian, Janice Izabe
,
Fenandez, Luzimar Gonzaga
,
Santos, Alex Alisson Bandeira
,
Souza, Carolina Oliveira de,
Santos Júnior, Aníbal de Freitas |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Rede Nordeste (Renorbio)
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Departamento: |
Instituto de Ciências da Saúde - ICS
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35201
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Resumo: |
A própolis é um composto natural de grande aplicação nas áreas alimentícia, farmacêutica e cosmética sendo uma resina complexa produzida pelas abelhas através da mistura de exsudatos de diferentes plantas, cera e secreções salivares. As variações na composição química, e consequentemente, na atividade biológica de extratos de própolis, estão associadas a muito fatores, como tipo, origem geográfica, sazonalidade, entre outros. Dentro desse contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar a influência de diferentes métodos de extração na composição química e biológica de extratos de própolis vermelha de diferentes origens geográficas, bem como determinar as condições de processo para a obtenção de extratos de própolis vermelha utilizando a tecnologia de extração com fluído supercrítico (SFE). Inicialmente, os métodos de extração convencional (etanólica) e assistida por ultrassom foram empregados para extrair compostos ativos de própolis de diferentes regiões do Nordeste do Brasil (Sergipe, Alagoas, Bahia, e Rio Grande do Norte). Teores de compostos fenólicos, flavonoides, atividade antioxidante in vitro, concentração de marcadores (formononetin e kaempferol) e a citotoxidade para linhagens de células tumorais humanas (HCT116 – human colon, HL60 – leukemia, PC3 – carcinoma of prostate e SNB19 – glioblastoma) foram avaliados comparativamente para os doze extratos obtidos a partir de seis diferentes amostras. Adicionalmente, foram obtidos extratos de própolis vermelha por SFE de uma amostra de Alagoas empregando diferentes condições de processo. Para a determinação dos parâmetros de processo aplicando a SFE, foram estudados e obtidos a Curva Global de Extração (OEC - Overall Extraction Curves), o S/F (massa de CO2/massa de própolis), o percentual de co-solvente (etanol – 0, 1, 2 e 4%) e as isotermas de rendimento global (GYI - Global Yield Isotherms) em função das diferentes pressões (250, 350 e 450 bar) e temperaturas (31,7, 40 e 50°C). Foram investigados os compostos fenólicos totais, atividade antioxidante e o teor de formononetina, naringenina e kaempferol nos extratos obtidos nas diferentes condições empregadas (SFE). Como resultados deste estudo, foram identificadas variações significativas (p>0,05) no teor dos compostos investigados nos extratos de própolis vermelha, confirmando que a composição química varia de acordo com a região de coleta das amostras. A maior concentração dos compostos de interesse e a maior atividade antioxidante in vitro foram exibidas pelos extratos obtidos em amostras do estado de Alagoas (A1, A2, B1 e B2), que atualmente é a única no Brasil que apresenta certificação de origem. Os biomarcadores formononetina e kaempferol foram identificados em todas as amostras, independente da origem ou do método de extração empregado. As maiores concentrações de formononetina foram identificadas nos extratos obtidos por ultrassom, indicando uma maior seletividade para a extração desse composto por este método. Em relação à atividade citotóxica, para a linhagem HCT-116, todos os extratos apresentaram inibição superior a 90%, enquanto para as linhagens HL-60 e PC3 a menor inibição identificada foi de 80%. Em geral, não houve diferença significativa (p>0,05) no potencial antiproliferativo quando comparados os métodos de extração. Os resultados mostraram que a composição da própolis vermelha brasileira varia significativamente dependendo da origem geográfica e que o método utilizado influencia os compostos resultantes que estão presentes na própolis. No que se refere a aplicação da SFE como método extrativo, dentro dos parâmetros investigados, as melhores condições encontradas foram um S/F de 131 e o uso de etanol na maior concentração (4%), o que resultou em maiores rendimentos de extrato e maior teor de compostos antioxidantes. A formononetina, principal biomarcador da própolis vermelha, foi o composto encontrado em maiores quantidades nos extratos obtidos por SFE em todas as condições empregadas. Como esperado, as condições de temperatura e pressão também influenciaram no rendimento do processo, sendo 350 bar e 40°C as melhores condições para a obtenção de compostos bioativos a partir de uma amostra de própolis vermelha. Os novos resultados para a própolis vermelha encontrados neste estudo mostram que é possível obter extratos com alto potencial antioxidante utilizando tecnologias alternativas, bem como que a origem geográfica, o tipo de método empregado e as condições de processo influenciam na qualidade do extrato obtido. |