Deficiência de cobre em caprinos e ovinos do estado da Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fontes, Thanielle Novaes lattes
Orientador(a): Peixoto, Tiago da Cunha
Banca de defesa: Peixoto, Tiago da Cunha, Lima, Alessandra Estrela, Carvalho, Vitor Santiago de, Freitas, Moisés Dias
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos (PPGCAT)
Departamento: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40344
Resumo: Objetivou-se com esse estudo descrever pela primeira vez os aspectos clínico epidemiológicos, laboratoriais e patológicos de diferentes formas de ataxia enzootica em cabritos e borregos no estado da Bahia, bem como propor um tratamento oral emergencial com sulfato de cobre de forma individualizada para neonatos. Foram estudados três surtos de ataxia enzootica. O histórico, sinais clínicos e dados epidemiológicos foram obtidos com os proprietários e verificados durantes as visitas técnicas. O primeiro surto (PS) ocorreu em 2013 em uma propriedade localizada no município de Itaberaba e acometeu um rebanho composto por 90 caprinos e 130 ovinos. O segundo surto (SS) aconteceu em 2014 no município de Santa Luz e afetou um rebanho formado por 90 caprinos e 110 ovinos. O terceiro surto (TS) ocorreu 2018, em uma propriedade localizada no mesmo município do SS, sendo o rebanho constituído por 80 ovinos. Amostras de sangue foram colhidos de todos os caprinos e ovinos atendidos, para dosagem de cobre sérico. Nove animais (cinco caprinos e quatro ovinos) que apresentavam quadro clínico mais grave e prognóstico desfavorável foram necropsiados para confirmação diagnóstica. Durante a necropsia dos animais do PS, SS e TS foram colhidas amostras de fígado para dosagem de cobre hepático. Na propriedade onde ocorreu o SS, foram coletadas amostras de solo e das principais forragens onde os animais eram mantidos, a fim de se determinar os teores de cobre, ferro, molibdênio, enxofre e zinco. Os achados clínicos e histopatológicos verificados nos três surtos estudados foram clássicos de ataxia enzootica. Nos surtos estudados, a prevalência da ataxia enzootica foi maior em cabritos (68) do que em cordeiros (46) e apresentaram altas taxas de letalidade de 84,3% e 92,2%, respectivamente. Os valores médios de cobre sérico (PS, SS e TS) e hepático (PS e SS) dos caprinos (sérico – 0,05mg/kg; hepático – 2,88mg/kg) e ovinos (sérico – 0,015mg/kg) encontravam-se muito abaixo dos valores de referências, sendo pelo menos 12 vezes menor nos caprinos e 40 vezes nos ovinos. Os teores de ferro e enxofre encontravam-se elevados nas forragens da propriedade onde ocorreu o SS, já no solo, os níveis de ferro apresentavam-se elevados e os de cobre reduzidos. O tratamento testado nos cabritos e borregos neonatos, com duas administrações individualizadas com solução de sulfato de cobre, por via oral, na dose de 20mg/kg, na primeira e segunda semana de vida, foi eficaz na prevenção da ataxia enzootica nos neonatos e pode ser utilizado para controle emergencial da doença. Comprovou-se pela primeira vez na Bahia a ocorrência da ataxia enzootica (forma congênita e tardia) em caprinos e ovinos. Ressalta-se ainda que, esta doença causada por deficiência de cobre, tem cursado com grandes prejuízos aos criadores de pequenos ruminantes, sobretudo, devido à alta mortalidade dos animais acometidos.