Consciência alimentar: memórias e práticas alimentares em Bananeiras, Ilha de Maré

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Andrade, Lílian Lessa
Orientador(a): Machado, Gustavo Bittencourt
Banca de defesa: Barreto, Maribel Oliveira, Teixeira, Romero Alves, Souza, Leliana Santos de, Sousa, Cristiane Santos
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação - UFBA (sede)
Programa de Pós-Graduação: Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22379
Resumo: Esta pesquisa defende o tema da consciência alimentar enquanto parte do tripé – Segurança Soberania e Consciência Alimentar na direção da sustentabilidade. Apresenta o resultado de pesquisa qualitativa com elementos etnográficos realizada em Bananeiras, Ilha de Maré, no período de 2013 a 2016, sendo fundamentada também nas experiências desenvolvidas junto à comunidade da Ilha de Maré desde 2008. Foi realizada entrevista semiestruturada com seis (6) moradores da comunidade. A tese está disposta em capítulos, fundamentando os conceitos de segurança, soberania e consciência alimentares, descrevendo um percurso sobre a ilha e analisando as entrevistas realizadas. Dentre as conclusões, ressaltamos que a Segurança Alimentar está mais próxima de ser atingida no Brasil após os investimentos dos governos do Partido dos Trabalhadores, enquanto a soberania ainda demanda lutas na esfera social e política, e a consciência se insere como fundamental para integrar o indivíduo consigo mesmo, criando uma nova cultura na direção da sustentabilidade. A consciência, considerada neste trabalho uma faculdade humana à disposição, que possibilita alinhar necessidades e desejos quanto à alimentação, contribuindo para a sustentabilidade. Para os entrevistados, peixes e mariscos, banana verde, mandioca e derivados foram os alimentos que garantiram a sobrevivência na ilha e a monotonia provocada pela frequência do consumo foi apresentada como justificativa para aversão ou baixo consumo de alguns desses alimentos na atualidade. O pescado é a base da sobrevivência, tanto como alimento quanto como mercadoria comercializável. Assim como descrito nas referências quanto aos onívoros (seres que se alimentam de todas as espécies comestíveis) as entrevistas revelam a influência da mídia, os apelos sensoriais, de praticidade e custo nas escolhas alimentares. Ao tempo que existe maior acesso a uma diversidade de alimentos, há também dúvidas quanto à sua qualidade. A sustentabilidade é um tema urgente na ilha, pois há relatos de contaminação ambiental e adoecimentos provocados por contaminações externas, bem como de práticas ambientalmente insustentáveis por moradores e visitantes. A educação direcionada à construção de conhecimentos quanto à sustentabilidade, baseados na consciência alimentar, com a continuidade dos projetos planejados junto à comunidade é prevista como perspectiva de ação.