A via dupla da vulnerabilidade externa estrutural da economia brasileira: a crescente presença do capital estrangeiro no setor primário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Krivochein, Conrado Chen Hsu Rondon
Orientador(a): Filgueiras, Luiz Antônio Mattos
Banca de defesa: Balanco, Paulo Antônio de Freitas, Souza, Laumar Neves de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Economia
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Economia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16210
Resumo: A discussão acerca das especificidades da estrutura produtiva brasileira, apesar de abrangente e necessária, mostra-se um tanto inconclusiva ao considerarmos os diagnósticos mais recentes sobre a economia do país. Nos últimos anos, principalmente desde o primeiro governo Lula, ao mesmo tempo que o país aparenta uma certa “robustez” no cenário internacional – devido principalmente a elevação das exportações de produtos primários e a conquista da almejada credibilidade externa em 2006 –, podemos identificar também crescente desnacionalização da estrutura produtiva, que vem ocorrendo junto a sucessiva ampliação dos passivos externos da economia brasileira, levando ao aumento da fragilidade do país a pressões, fatores desestabilizadores e choques externos. A fim de contribuir para esse embate de diagnósticos, o objetivo do presente trabalho consiste no estudo de um problema antigo e persistente da economia brasileira: a vulnerabilidade externa, entendida como um fenômeno de longo prazo, ou seja, a vulnerabilidade externa estrutural. No entanto, considerando a importância das especificidades da estrutura produtiva brasileira, partiremos do conceito de Empresas Transnacionais sugerido por Gonçalves (1992), fundamentado em Hymer (1972), e com isso aprofundar a interpretação da vulnerabilidade externa da economia, considerando o papel destas empresas nas mudanças da estrutura produtiva do país nas últimas décadas. A presente dissertação consiste em uma análise histórico-estrutural das mudanças resultantes da introdução crescente das Empresas Transnacionais no Brasil, desde a segunda metade do século XX. A análise aqui proposta, apesar de integrar a economia do país às transformações causadas pelas revoluções tecnológicas dentro de uma abordagem neoschumpeteriana, considera que a lógica de expansão das Empresas Transnacionais, e as alterações no modo de acumulação capitalista nas últimas décadas, colocam outro entendimento ao papel inovativo destas empresas. Destacamos que nos anos mais recentes, a vulnerabilidade externa da economia brasileira é de natureza histórico-estrutural, própria de um país dependente. Mais recentemente, a partir dos anos 2000, o Brasil entrou em uma via específica, de dupla dimensão, de vulnerabilidade externa estrutural. A “via dupla” ocorre porque há redirecionamento do Investimento Estrangeiro Direto para o setor primário, em detrimento do setor industrial da economia brasileira. Essa via envolve a dimensão produtiva (crescente presença de empresas estrangeiras, ou desnacionalização) e comercial (crescente reprimarização das exportações).