Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Silvio Roberto Silva |
Orientador(a): |
Lopes, Cássia Dolores Costa |
Banca de defesa: |
Souza, Elizeu Clementino de,
Mendes, Cleise Furtado,
Diniz, Júlio Cesar Valladão,
Yunes, Eliana Lúcia Mureira |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola de Teatro/Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19391
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Resumo: |
Neste trabalho, intitulado Construções biográficas pelas canções populares, discute-se a potência das canções em ler marcas inscritas e reescritas na história de muitas vozes e em produzir memórias biográficas. Dividido em três capítulos, privilegia-se, do ponto de vista metológico, a força da canção e as experiências e vivências do autor com o alto-falante, com o seu fazer artístico e, por fim, com o seu trabalho de professor, embora outros autores sejam convidados a participarem do debate. No capítulo inicial, amparando-se em imagens produzidas por compositores da música popular brasileira, discute-se o alto-falante como símbolo das culturas de massa e como “casulo da canção”, produtor de uma estética musical própria, bem como a sua importância na produção de registros nos corpos dos sujeitos, através de uma síntese histórica do rádio, da memória do Serviço de Alto-falante A Voz do Povo e, por fim, das novas feições assumidas pelo alto-falante, tomando como base as mudanças sociais ocorridas no país e as novas tecnológicas eletrônicas. No segundo capítulo, descreve-se e analisa-se todo o processo de construção e apresentação do espetáculo Mar Noturno e a sua implicação com o ato da narrativa, com as canções de alto-falante e com as memórias afetivas do autor, ressaltando o seu caráter performático e autobiográfico. No terceiro capítulo apresenta-se uma proposta metodológica, voltada para a auto-formação e inserção de vozes,que tem como ponto de partida as canções que marcaram as histórias dos sujeitos. A referida proposta, que recebe o nome de Ateliês de performances biográficas pelas canções populares, testada e desenvolvida no Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica – CEAP, é discutida através de um amplo painel de depoimentos dos membros da equipe e das próprias canções, que dialoga com vozes de autores diversos. Nos três capítulos, outros teóricos são convidados para participar das discussões. Entre eles, destacam-se José Miguel Wisnik (2004, 1989), Giorgio Agamben (2009), Leonor Arfuch (2010, 2012) e Delory-Momberger (2008, 2010). O primeiro dá suporte às discussões sobre a potência da canção e o seu uso no contexto sóciopolítico-cultural brasileiro. O segundo ampara o debate sobre a canção como dispositivo. O mesmo acontece com Arfuch (2012), quando se discute a ideia de antibiografia. Essa autora contribui, também, juntamente com outros nomes, com as discussões sobre temas pertinentes aos espaços biográficos. Já Delory-Momberger (2008, 2010), além de inspirar a proposta dos ateliês, participa das trocas a respeito da memória biográfica. Quanto às narrativas como ato performático, recorre-se às discussões feitas por Cohen (2011), Zumthor (2010) e Person (1999). Nomes como Foucault (2006, 1992) e Barthes (2005, 1993), entre outros, perpassam essas discussões. Por fim, nas considerações finais, reflete-se sobre o cumprimento dos objetivos e as dificuldades encontradas ao longo do percurso, identificam-se novas demandas, ganhos e achados, e conclui-se com a compreensão de que esta tese trata de um processo, de um exercício quase auto-biográfico, que ultrapassa discussão musical, embora o seu fio condutor seja a potência das canções em produzir novas subjetividades e inserção de vozes. |