A arte de ter um ofício: Liceu de Artes e Ofícios da Bahia (1872-1972)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Leal, Maria das Graças de Andrade lattes
Orientador(a): Sampaio, Consuelo Novais lattes
Banca de defesa: Sampaio, Consuelo Novais lattes, Araújo, Ubiratan Castro de lattes, Picanço, Iracy Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35500
Resumo: O Liceu de Artes e Ofícios da Bahia constitui o tema central da pesquisa, considerado em suas dimensões mutualista, educacional, cultural e produtiva destinadas aos interesses das classes artísticas e operárias, desde a sua fundação em 20 de outubro de 1872. O objetivo é analisar e compreender os processos de formação, criação, consolidação e decadência da instituição nos diferentes contextos experimentados pela sociedade brasileira e baiana, marcados pelo escravismo, pela abolição da escravidão e implantação da república, observando a multiplicidade de funções que desempenhou ao longo da sua trajetória de 100 anos (1872-1972), com o protagonismo de trabalhadores que ali exerceram diferentes papéis na condução e no desenvolvimento de seus projetos individuais e coletivos. Na perspectiva da história social, este estudo compreende o Liceu na história dos movimentos sociais da Bahia, tendo em vista a função social que exerceu desde as suas origens, e que continua a exercer, ao revelar o protagonismo de trabalhadores para a sua fundação e consolidação, no mundo do trabalho urbano. Por ter sido vítima, em 1968, de um devastador incêndio que destruiu parte de suas instalações, especialmente do prédio histórico do século XVIII, o Paço do Saldanha, o acervo documental produzido pela instituição foi completamente destruído, o que impulsionou a pesquisa na identificação de documentos através de verdadeira “garimpagem” em diferentes instituições arquivísticas e bibliotecas. Dessa forma, foram reunidas diversas fontes, como as bibliográficas, impressas (oficiais, periódicos, relatórios, etc), iconográficas e memorialísticas. Portanto, a dissertação está dividida em duas partes, sendo a Primeira Parte, “O operário entra em cena”, dedicada a contextualizar o Liceu na dinâmica das transformações do mundo do trabalho em Salvador, visando compreender o processo de formação e organização das classes artísticas e operárias no período de transição da Monarquia para a República. A Segunda Parte, “Liceu de Artes e Ofícios: Ações múltiplas”, recupera dimensões da história institucional em sua complexidade, considerando as múltiplas funções que desempenhou ao longo de cem anos. Como instituição mutuária, educacional, cultural e produtiva, identificamos etapas de consolidação e apogeu, bem como de decadência que enfrentou após o incêndio de 1968, inseridas no conjunto das mudanças sócio-políticas e culturais ocorridas no Brasil e na Bahia em particular.