Homoerotismo preto na pintura brasileira do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Garcia, Alberto Antonio E.
Orientador(a): Fernandes, Felipe Bruno M.
Banca de defesa: Ferreira, Ayrson Heraclito N., Cedillo, Rosa María B.
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS ÉTNICOS E AFRICANOS (POSAFRO)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33937
Resumo: O modelo humano na arte tem sido objeto de estudo desde as primeiras representações em um plano bidimensional (desenho, pintura, traço) e tridimensional (escultura, cerâmica), e durante a Renascença foi considerado como o elemento mais difícil a ser representado (BOLGER, 1996). Diversos questionamentos surgem a partir da noção dessa representatividade. O modelo retratado, portanto, torna-se um elemento importante uma vez que sua imagem pode ser convertida e analisada sobre vários elementos e planos, tais como: lembrança, reflexão, arquivo, semelhança, registro, identidade, ideia, símbolo de posicionamento político ou simplesmente alegoria sobre um tema religioso, social ou cotidiano. Grande parte dos movimentos artísticos, especialmente a arte figurativa (representar o que é visto naturalmente) ao longo da história têm utilizado vários temas representados na pintura, como naturezas mortas (frutas), paisagens, retratos, alegorias da mitologia, eventos históricos, etc., e entre eles o erotismo pertence a uma pequena borda da história, muitas vezes rejeitada, possivelmente por causa de um estigma moral ou religioso (dependendo da cultura e do público receptor), por mais que essa forma de representação consiga dialogar com elementos como o sublime e o íntimo. A cultura em diferentes países tem criado ao longo da história conjuntos de obras classificadas como eróticas, o Brasil não é uma exceção. O presente trabalho pretende levantar exemplos, opiniões e questões em busca de um consenso dentro das muitas ideologias diferentes, nacionais e estrangeiras, sobre a representatividade do modelo preto masculino nas artes visuais brasileiras, especificamente na pintura erótica do século XIX: diversas pinturas e desenhos de artistas brasileiros e estrangeiros serão analisados, bem como serão utilizadas algumas contribuições sobre raça, racismo e etnicidade a partir de pensadores e antropólogos do século XIX. Com o objetivo de acrescentar uma interpretação pessoal sobre o tema e abordar a beleza estética do corpo preto masculino, será pintada uma série de cinco quadros à óleo representando modelos pretos de forma figurativa, deixando um registro dentro do campo do homoerotismo preto artístico no Brasil.