Mudanças ou manutenção do modelo biomédico de atenção à saúde? Analisando projetos de intervenção em trabalhos de conclusão de um curso do Programa Mais Médicos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Elisabete Souza lattes
Orientador(a): Santos, Maria Ligia Rangel
Banca de defesa: Santos, Maria Ligia Rangel, Paim, Marcele Carneiro, Soares, Catharina Leite Matos, Nascimento, Rita de Cássia de Sousa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38011
Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) do Programa Mais Médicos (PMM) é operacionalizada a partir da supervisão acadêmica das práticas profissionais e do curso de especialização na Atenção Básica (AB). O curso de especialização é ofertado na modalidade de Educação a Distância (EAD), em uma parceria entre a Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Ao final do curso os médicos apresentam o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no formato de Projeto de Intervenção (PI), tomando por base algum problema ou necessidade de saúde da população identificado a partir de suas práticas. Este estudo teve por objetivo principal analisar os PI dos médicos inseridos no PMM, participantes do Curso de Especialização em Saúde Coletiva: concentração em Atenção Básica-Saúde da Família, no Estado da Bahia, verificando as possíveis contribuições nas mudanças do modelo hegemônico de atenção à saúde. Para tal, tomou-se por referencial teórico os modelos de atenção à saúde e foi realizado um estudo de caso com a primeira turma do curso de Especialização em Saúde Coletiva com ênfase na Atenção Básica/Saúde da Família, conduzido pela UNA-SUS/UFBA através da Net-escola do ISC/UFBA no período de abril de 2018 a abril de 2019. Os dados foram coletados a partir da análise documental, utilizando como fontes de evidências: os TCC, a relação dos aprovados e o relatório final do curso. Foram aprovados 331 TCC cujas temáticas foram organizadas em 11 categorias em uma planilha no Excel, sendo elas: saúde da criança e do adolescente; saúde do idoso; saúde da mulher, saúde do homem, saúde mental, humanização do cuidado e acolhimento e Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), doenças infecciosas; doenças causadas por vetores; tabagismo, álcool e outras drogas; e outros, que posteriormente foram subcategorizado. Os TCC lidos e analisados na íntegra foram os que tiveram maior repetição no número de escolhas pelos cursistas, sendo a temática da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) a mais frequente na subcategorização das DCNT. Para análise de dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. Os resultados apontaram quatro categorias empíricas para análise: tecnologias de educação em saúde, Método Clínico Centrado no Paciente (MCCP), atuação interdisciplinar e mudanças no processo de trabalho. Estiveram ausentes das intervenções os determinantes sociais da saúde e a participação popular, a intersetorialidade apareceu de forma embrionária. Os achados deste estudo evidenciaram que nos PI coexistiram práticas em saúde tanto dos modelos hegemônicos quanto dos modelos alternativos de atenção, com um significativo fortalecimento nas tecnologias que indicam os modelos alternativos. Assim, faz-se necessário que outros estudos sejam realizados a fim de conhecer as potencialidades e fragilidades dos PI dos cursos de especialização na AB para o aprimoramento da EPS no fortalecimento dos modelos alternativos de atenção à saúde.