O comer, o corpo e a saúde de homens em uma feira livre da cidade de Salvador-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Alves, Juliede de Andrade
Orientador(a): Santos, Lígia Amparo da Silva
Banca de defesa: Santos, Lígia Amparo da Silva, Soares, Micheli Dantas, Iriart, Jorge Alberto Bernstein
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Nutrição
Programa de Pós-Graduação: em Alimentos, Nutrição e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18916
Resumo: O objetivo deste estudo foi interpretar os sentidos e significados que os homens atribuem ao comer, ao corpo e a saúde no contexto de uma feira livre da cidade de Salvador-Bahia. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, em que foram realizadas entrevistas com oito homens frequentadores da Feira das Sete Portas, e dois informantes-chave. Como resultados, buscou-se descrever o cotidiano da feira, situada na mediação entre a casa e a rua bem como a cidade e o campo, como um espaço de comensalidade no qual o universo masculino tem uma expressão particular. Deste modo, a Feira se constitui como ponto de confraternização masculina e de alimento para o trabalho, no qual a feijoada é emblemática neste processo. Destacou-se ainda a bebida alcóolica como outro importante elemento de socialização entre os homens em uma relação sinérgica com o consumo das denominadas comidas pesadas. Tais modos de comer fazem parte da construção da identidade masculina marcada pela construção do corpo forte, viril que coaduna com as relações com o comer voraz, mas também sobre a ideia do comer a comida “pesada” para recompor as forças debilitadas pelo desgaste físico provocado pelo excessivo uso do corpo, a exemplo do trabalho. No que se refere aos discursos sobre a alimentação saudável, estes estão sendo mais aceitos pelos homens, mesmo havendo contextos de resistência. Assim, os contextos de compartilhamento dessas lógicas de saúde aparentam serem fundamentais para propiciarem reformulações inclusive dos significados do saudável na esfera masculina para que a incorporação não implique na perda de elementos da masculinidade. Eles buscam se sentir bem, atraentes, fortes, elementos considerados da masculinidade tradicional, mas, no entanto, tem dialogado com as configurações de masculinidade contemporânea do cuidado com a aparência respaldado no discurso da higiene, saúde e da sedução.