Problematização na educação intercultural: contribuições necessárias ao ensino de ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santana, Uilian dos Santos lattes
Orientador(a): Baptista, Geilsa Costa Santos lattes
Banca de defesa: Baptista, Geilsa Costa Santos lattes, Costa Neto, Eraldo Medeiros lattes, Cordeiro, Rogério Soares lattes, Siqueira, Rafael Moreira lattes, Vieira, Fábio Pessoa lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39177
Resumo: Diante da realidade e da diversidade educacional brasileira, torna-se importante compreender e traçar caminhos pelos quais o ensino de ciências possa valorizar as diferentes culturas. Nesse sentido, a educação intercultural torna-se interessante e ainda mais relevante, sobretudo para fazer com que os estudantes oriundos de comunidades tradicionais tenham seus conhecimentos valorizados. Além disso, torna-se necessário fazer com que o ensino seja problematizador, de modo que haja o questionamento acerca da ciência Ocidental hegemônica nas aulas de ciências, compreendendo que existem conhecimentos tradicionais. Para isso, pensar acerca dos questionamentos e perguntas podem trazer contribuições significativas. A presente pesquisa, em vista disso, possui um formato multipaper, e tem como objetivo geral analisar as contribuições da problematização por meio de perguntas e questionamentos para fomentar o diálogo intercultural no ensino de ciências em comunidades tradicionais. Os objetivos específicos são: a) investigar as contribuições das perspectivas freireana e bakhtiniana com a educação científica intercultural por problematização; b) refletir sobre as potencialidades das Pedagogias Locais de uma comunidade tradicional na problematização por meio de perguntas e questionamentos no contexto do ensino de ciências intercultural; c) analisar como a construção de uma sequência de ensino por problematização com base nas realidades socioculturais dos estudantes pode favorecer a formação docente culturalmente sensível na prática pedagógica em Biologia. Para cumprir o primeiro objetivo específico, foi construído o primeiro capítulo, sendo um estudo teórico articulando a pedagogia da pergunta e o ensino problematizador de Paulo Freire com a perspectiva da linguagem na construção de enunciados e interações baseada no Círculo de Bakhtin, em conjunto com questionamentos e perguntas visando a educação científica intercultural. Destacamos a importância de promover o equilíbrio epistêmico dialógico para compreensão do papel da ciência e o planejamento de enunciados problematizadores interculturais, que são estruturas que visam fomentar o diálogo intercultural nas aulas, a fim de promover a educação científica intercultural. No segundo capítulo, que visa cumprir o segundo objetivo específico, foi realizado um estudo com uma turma de uma escola pública de ensino médio na comunidade do Retiro, em Coração de Maria/BA. Neste estudo, foi utilizada uma síntese de um bate-papo com os estudantes, a professora de biologia dessa turma e o pesquisador, além de diário de campo, para analisar as Pedagogias Locais desta comunidade, entendendo os conhecimentos tradicionais dos estudantes e apresentando enunciados problematizadores interculturais que possam ser utilizados nas aulas de ciências. O terceiro objetivo específico origina o terceiro capítulo, em que foi analisada a construção colaborativa de uma Sequência de Ensino Problematizador Intercultural (SEPI) entre o pesquisador e uma professora de Biologia. Como resultado, houve um enriquecimento do perfil culturalmente sensível, bem como a pertinência do conhecimento da comunidade e o desenvolvimento de atividades que estejam relacionadas ao contexto local. Assim, compreendemos a importância de que o ensino seja problematizador, que valorize os conhecimentos dos estudantes oriundos de comunidades tradicionais e que as perguntas e questionamentos, quando planejados e organizados em enunciados problematizadores interculturais, podem suscitar interações e diálogos nas aulas, favorecendo a compreensão da ciência como uma cultura dentre outras e aprofundando o processo da educação científica intercultural.