Modelagem e produção de biossurfactante produzido por Pseudomonas aeruginosa em meio de cultura contendo resíduos da indústria do petróleo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Daniel Tereska
Orientador(a): Matos, Josilene Borges Torres Lima
Banca de defesa: Carvalho, Edgard Bacic de, Almeida, Paulo Fernando de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciências da Saúde
Departamento de Biointeração
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
EOR
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33106
Resumo: Os ramnolipídeos são biossurfactantes produzidos por bactérias do gênero Pseudomonas, com propriedades de reduzir as tensões superficial e interfacial, além de conseguir emulsificar duas fases insolúveis. Tais bioativos apresentam vantagens aos surfactantes obtidos por via química por serem de mais fácil degradação no ambiente, apresentarem baixa toxicidade e poderem ser produzidos a partir de substratos renováveis. Apesar das diversas vantagens dos biossurfactantes em ralação aos surfactantes de origem química, o uso do primeiro ainda não é muito praticado na indústria petroquímica, principalmente pelos altos custos de produção. Uma alternativa seria a utilização de resíduos industriais como a água produzida do petróleo e a glicerina bruta, ambos rejeitos da indústria petroquímica, o que não só baratearia os custos de produção, como se daria uma destinação ao resíduo, além de agregar valor a estes. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi produzir ramnolipídeo utilizando água produzida e glicerina bruta como substratos, viabilizando e otimizando o processo de produção deste bioativo. Para tal, se testou a água produzida de forma bruta e diluída, avaliou-se a influência da salinidade na produção de ramnolipídeo e por fim, otimizou-se o meio de produção em relação à fonte de nitrogênio (onde as fontes NaNO3 e extrato de levedura foram testadas em concentrações variadas) e à fonte de carbono (testando diversas concentrações de glicerina bruta). Como resultados, observou-se uma certa influência negativa da água produzida sobre a produção de ramnolipídeo, problema que pôde ser contornado com um pré-tratamento do resíduo. A salinidade também se mostrou influenciar negativamente na produção de ramnolipídeo, onde esta influência foi verificada logo a partir da concentração de 2% (p/v) de NaCl. Na avaliação das fontes de nitrogênio, não se verificou diferenças significativas entre as melhores concentrações de NaNO3 e o extrato de levedura, porém, se tratando das propriedades físico-químicas da molécula como tensão superficial e interfacial, o extrato de levedura mostrou-se como sendo a melhor opção, nos moldes do presente estudo. Quanto à fonte de carbono, a concentração de 25 ml/l de glicerina bruta propiciou produções de 9,33 G/L de ramnolipídeo, resultados bastente satisfatórios em comparação à literatura. A caracterização da molécula por FT-IR e espectrometria de massas apresentou fortes semelhanças em relação às moléculas produzidas na literatura. Sendo assim, o emprego da dos resíduos petroquímicos água produzida e da glicerina bruta na produção de ramnolipídeo nas condições estudadas se mostrou uma forma satisfatória à utilização desses resíduos.