Matemática específica para ensinar: discursos, relações d poder e produção de sujeitos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Grilo, Jaqueline de Souza Pereira
Orientador(a): Barbosa, Jonei Cerqueira
Banca de defesa: Oliveira, Andreia Maria Pereira de, Cunha, Marlécio Maknamara da Silva, Wanderer, Fernanda, Giraldo, Victor Augusto, Barbosa, Jonei Cerqueira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: em educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31853
Resumo: Esta tese reúne três estudos teóricos com o propósito de argumentar sobre a questão: que modos de subjetivação são postos em funcionamento pelo discurso da Matemática específica para ensinar? Os estudos desenvolvidos foram inspirados em conceitos foucaultianos e as análises incidiram sobre estudos da área de Educação Matemática que mobilizam discursos referentes ao Conhecimento Matemático para o Ensino, ao Conhecimento Especializado do Professor de Matemática e a Matemática para o Ensino. No primeiro estudo, identificamos diferentes posições de sujeito disponibilizadas por tais discursos. As posições de sujeito identificadas demandam, por um lado, um sujeito-professor(a)-de-Matemática que ao se nutrir da teoria aperfeiçoa a sua prática; por outro, um sujeito que se institui peça por peça cotidianamente, não sendo possível demarcar situações práticas que não fossem também teóricas. O segundo estudo discute como o discurso da Matemática específica para ensinar têm proposto a condução da conduta de professores de Matemática. Mostramos que esses discursos põem em exercício diferentes tipos de poder e que cada um deles mobilizam estratégias e táticas a fim de acionar a tecnologia que nomeamos “Tecnologia da Especificidade Matemática”. Os resultados sugerem que as condutas disponibilizadas por esses discursos transitam entre uma lógica que vai do individual e disciplinar a uma lógica governamental. O último estudo problematiza o enunciado “Para ensinar Matemática é preciso saber uma Matemática específica para o ensino” que emerge do discurso da Matemática específica para ensinar. A análise empreendida apontou que esses discursos operam sob dois regimes de verdade: um que trata da inseparabilidade entre teoria e prática e outro que associa o desenvolvimento econômico à proficiência matemática de um país. Por fim, a tese captura e descreve a rede que envolve o discurso da Matemática específica para ensinar no intuito de examinar as relações de poder que têm funcionado para produzir o sujeito-professor(a)-de-Matemática.