Fitorremediação de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos por Rhizophora mangle em sedimento de manguezal contaminado por petróleo bruto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Jéssica Verâne Lima da
Orientador(a): Moreira, Ícaro Thiago Andrade
Banca de defesa: Lima, Danúsia Ferreira, Nano, Rita Maria Weste
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: em Geoquímica : Petróleo e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32892
Resumo: Os ecossistemas costeiros localizados nas proximidades de centros urbanos e industriais vêm sendo impactados por contaminantes orgânicos, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs). Os HPAs são formados por dois ou mais anéis aromáticos condensados, com potencial carcinogênico, mutagênico, recalcitrante e tóxico. O manguezal do estuário do rio São Paulo, ao norte da Baía de Todos os Santos (BTS), Bahia, está inserido em uma região de intensas atividades antrópicas, situada a margem da Refinaria Landulpho Alves de Mataripe (RLAM). Em virtude dessa realidade, o objetivo deste estudo foi fornecer subsídios para remediar o sedimento de manguezal, aplicando em escala laboratorial a técnica da fitorremediação com mudas de mangue vermelho (Rhizophora mangle) na remediação dos 16 HPAs considerados prioritários pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA). Foi aperfeiçoado um sistema de fitorremediação, simulando condições aproximadas do ambiente de manguezal, com mudas da espécie cultivadas durante três meses, em sedimento contaminado artificialmente com petróleo bruto proveniente da Bacia do Recôncavo. Como sistema de referência, houve unidades em mesmas condições, porém sem a adição da espécie de planta, atenuação natural. O monitoramento temporal dos bioprocessos foi realizado nos intervalos de 20, 40 e 90 dias. A porcentagem de degradação do total de HPAs alcançou 60,76% (10.540,33 - 4.135,82 ng g-1) na fitorremediação após 90 dias, enquanto na atenuação natural esse valor foi de 49,57% (10.540,33 - 5.315,45 ng g-1). Em suma, as concentrações individuais dos HPAs no final do experimento, foram menores em 10 (Naftaleno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluoranteno, Pireno, Criseno, Benzo [b] Fluoranteno, Benzo [k] Fluoranteno, Benzo [a] Pireno) dos 16 HPAs no solo rizosférico do que no não-rizosférico. Na atenuação natural, 4 (Benzo [a] Antraceno, Indeno [123, cd] Pireno, Dibenzo [ah] Antraceno, Benzo [ghi] Perileno) dos 16 HPAs estiveram em concentrações menores que na fitorremediação. Os dois restantes (Acenaftileno e Acenafteno) obtiveram valores acima do inicial, para ambos os experimentos. Os HPAs constituídos por 2, 3 e 5 anéis aromáticos, obtiveram maior degradação na fitorremediação (37,57%, 69,71% e 29,73% respectivamente). Em contrapartida, os HPAs com 4 e 6 anéis aromáticos obtiveram melhor degradação na atenuação natural, representando 52,39% - 22,24% respectivamente. Com relação às mudas de Rhizophora mangle, não houve variações significativamente distintas entre as unidades de simulação contaminada e controle, havendo em ambas, aparição de deformações nas folhas, e surgimento de brotos. A fitorremediação com Rhizophora mangle mostrou eficiência na remediação de ambientes de manguezal, apesar de não haver diferenças expressivas entre a atenuação natural. Faz-se necessário estudos quanto aos microrganismos associados à rizosfera da espécie e interações que ocorrem entre exsudatos-contaminante.