Rastos do Concílio Vaticano II nos escritos de Joseph Ratzinger e Leonardo Boff 1965 a 2007

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Danillo Rangell Pinheiro lattes
Orientador(a): Costa, Iraneidson Santos lattes
Banca de defesa: Costa, Iraneidson Santos, Couto, Edilece Souza, Silva, Elizete da, Souza, George Evergton Sales, Mori, Geraldo Luiz De
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39336
Resumo: Neste estudo foi desenvolvida uma investigação acerca das interpretações sobre o Concílio Vaticano II presentes em escritos publicados pelos teólogos Joseph Ratzinger, papa Bento XVI – Reinante entre 2005 e 2013; Emérito entre 2013 e 2022 – e Leonardo Boff, teólogo e filósofo expoente da Teologia da Libertação latino-americana. Nas fontes pesquisadas, foi dada uma maior ênfase a livros publicados pelos dois estudiosos católicos entre 1965 e 2007. Contudo, para aprofundar a compreensão das obras e do contexto de suas confecções, incluímos artigos, entrevistas e livros posteriores dos intelectuais alemão e brasileiro, assim como textos oficiais da Igreja Católica, a exemplo de: 1) documentos conclusivos do Concílio Vaticano II (Constituições, decretos e declarações); 2) das segunda, terceira, quarta e quinta Conferências do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam); 3) Pronunciamentos e Encíclicas papais; 4) textos da Congregação para Doutrina da Fé; 5) correspondências do ex-padre franciscano, que trataram do processo doutrinal empreendido pelo órgão responsável pelo controle da sã doutrina, na época administrada pelo cardeal bávaro, contra seu livro Igreja: carisma e poder. Ensaios de eclesiologia militante. O vigésimo primeiro Concílio Católico foi realizado em quatro seções, entre os anos de 1962 a 1965, e contou com a participação de dois papas (João XXIII e Paulo VI), cardeais, bispos, padres e cristãos de todo o mundo conhecido. Despertou o interesse de parcela significativa da imprensa mundial, da comunidade teológica internacional – para além do catolicismo –, assim como de filósofos, cientistas sociais, historiadores, leigos engajados nas comunidades católicas, entre outros. Após o encerramento da última sessão, em oito de dezembro de 1965, iniciaram os esforços de estudos de seus documentos, interpretações, aplicações e atualizações em distintos contextos. Deles resultaram múltiplas respostas, competições pela sua legítima compreensão, que dificultaram possibilidades de monopólio total das autoridades romanas “em relação à sua correta herança”. Como estudiosos do Cristianismo, Ratzinger e Boff refletiram, em momentos distintos de suas produções intelectuais, “sobre o legado” daquele acontecimento; enfrentaram debates sobre temas intensamente discutidos na história da teologia, de modo particular no catolicismo, tais como: 1) o diálogo com o chamado mundo moderno, incluindo as contribuições da filosofia, ciências, o ateísmo; 2) a concepção da Igreja Católica como povo de Deus e corpo místico de Cristo; 3) perspectivas existentes em relação à revelação divina, liturgia; 4) a origem da autoridade e organização da Igreja de Jesus Cristo; 5) o ecumenismo, destacando abordagens sobre o pluralismo das culturas e religiões no interior do credo cristão e fora dele. O Concílio do século passado, para os dois autores – reconhecidos como referências importantes na história da teologia nas últimas décadas do século XX e início do XXI –, fora um ponto de partida indispensável em suas propostas e reflexões.