Literatura na universidade: para quê?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Wanderley, Maria Auxiliadora Cerqueira
Orientador(a): Arapiraca, Mary de Andrade
Banca de defesa: Garcia, Paulo Cesar Souza, Coutinho, Maria Antônia Ramos, Beltrão, Lícia Maria Freire, Ramos, Menandro Celso de Castro, Santana, Olímpia Ribeiro de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18427
Resumo: O processo de constituição do leitor literário visto sob os pressupostos da experiência estética de leitura constitui o objeto de estudo da pesquisa ora textualizada. A relevância e o interesse científico estão voltados para a compreensão dos processos de formação literária e a relevância do ensino da Literatura nos cursos de Licenciatura em Letras em instituições de Ensino Superior de dois países: Brasil e Portugal. O quadro que representa os sujeitos da pesquisa é composto por sete professores brasileiros e cinco professores portugueses. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo-interpretativo, tendo a entrevista semiestruturada e o questionário aberto como procedimentos adotados para a composição do corpus. A base teórica está ancorada nos estudos que apreendem a Literatura como objeto de arte, a leitura como uma experiência estética e o leitor como sujeito da recepção. Nesse sentido, contribuições argumentativas se fundamentam nas propostas trazidas por Vincent Jouve - para quem é impossível refletir sobre o interesse e o valor de uma obra literária sem levar em conta o seu estatuto de ―objeto de arte‖ – em diálogo com as inspirações e fundamentos da Estética da Recepção em nome de W. Iser e Hans R. Jaus, bem como com a concepção da leitura literária por ―prazer‖ e ―fruição‖ em nome de Roland Barthes. As compreensões do estudo evidenciam pontos comuns que aproximam os dois países, Brasil e Portugal, quanto à multiplicidade de fatores que contribuem para a formação do leitor literário, em espaços formais e não formais de formação literária. Entretanto, se distanciam no que se refere à contribuição do curso de Letras no processo de formação do leitor literário. Professores brasileiros, no estudo, atribuem a responsabilidade das suas frustrações profissionais e lacunas no processo de formação dos seus alunos, exclusivamente, a fatores externos a si, quando não conseguem articular as aulas de Literatura à experiência estética da leitura literária, enquanto que os professores portugueses acreditam que as práticas pedagógicas utilizadas nas aulas representam a contribuição que o curso de Letras pode oferecer para a significativa formação do leitor literário.