Estresse ocupacional, padrão alimentar e composição corporal de trabalhadores de hospital

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lira, Carlos Rodrigo Nascimento de lattes
Orientador(a): Costa, Priscila Ribas de Farias lattes
Banca de defesa: Costa, Priscila Ribas de Farias lattes, Roriz, Anna Karla Carneiro lattes, Guimarães, Nathalia Sernizon lattes, Botelho, Raquel Braz Assunção lattes, Santos, Tatiane Araújo dos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde (PGNUT)
Departamento: Escola de Nutrição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41473
Resumo: Introdução: Estresse ocupacional é realidade nos hospitais e um problema de saúde pública mundial, sendo agravado pela precarização das condições do trabalho. Entre os desfechos do estresse ocupacional na saúde dos trabalhadores, impactos negativos na composição corporal são observados. Objetivo: Avaliar associações entre estresse ocupacional, padrão alimentar e composição corporal em trabalhadores de hospital. Métodos: Duas abordagens metodológicas foram adotadas. A primeira foi uma revisão sistemática (CRD42022331846), onde a busca foi realizada em sete bases de dados, literatura cinzenta, busca manual e contato com especialistas. A seleção dos estudos ocorreu de modo independente por dois avaliadores seguindo os critérios de inclusão pré-estabelecidos. O risco de viés foi avaliado com os checklist do Joanna Briggs Institute e a certeza das evidências classificada pelo Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation. No estudo primário, 218 trabalhadores de um hospital privado em Santo Antônio de Jesus - Bahia, foram incluídos na amostra. Dados sociodemográficos, ocupacionais, de estilo de vida, composição corporal (por impedância bioelétrica e antropometria), consumo alimentar e estresse ocupacional (avaliado com o Job Content Questionnaire) foram coletados antes e durante a pandemia de COVID-19. Após avaliação da normalidade dos dados, testes paramétricos e/ou não paramétricos foram utilizados conforme a pertinência. Além disso, para o artigo II, realizamos Análise Fatorial Exploratória para identificarmos o padrão alimentar e a Modelagem de Equações Estruturais para testar o modelo desejado. Já no artigo III, além da estatística descritiva e bivariada, também realizamos a Modelagem de Efeitos Mistos. Resultados: No artigo I, que tratou de uma revisão sistemática, identificamos que 10 dos 12 estudos incluídos foram realizados apenas com profissionais de saúde. Ainda, foi observada relação entre estresse ocupacional e mudanças no Índice de Massa Corporal (IMC) nesses trabalhadores. No entanto, a maioria dos estudos apresentou risco moderado ou alto de viés e baixa qualidade da evidência. No artigo II, observamos que três padrões alimentares apresentaram efeito direto sobre a variável latente “estressores ocupacionais” e, apenas no Padrão A (b= -0,133; p=0,185) este efeito foi negative. No Padrão B (b= 0,225; p=0,023) e no Padrão C (b= 0,144; p=0,278) foi desempenhado um efeito direto e positivo sobre a variável latente, sendo o Padrão B o único estatisticamente significante. Ainda, a variável latente exerceu efeito mediador direto e positivo sobre as variáveis IMC (b=0,478; p<0,001), circunferência da cintura (b=0,395; p=0,001), Massa Livre de Gordura (MLG) (b=0,440; p=0,001) e Massa Gorda (MG) (b= -0,104; p=0,292). Por fim, no artigo III, os resultados indicam que alta demanda e baixo controle no trabalho são fatores de risco para mudanças no IMC (p=0,023; p=0,008), MG (p=0,044; p=0,015) e MLG (p=0,054) nos trabalhadores do hospital ao longo do tempo. Conclusão: Tanto o estresse ocupacional geral como a alta demanda e baixo controle no trabalho, dimensões do instrumento avaliadas separadamente, são fatores de risco para mudanças no IMC, MG e MLG de trabalhadores de hospital. Ainda, um padrão alimentar com alimentos densos em calorias favorece à mudança na composição corporal desses trabalhadores, tendo os estressores ocupacionais mediando esta relação.