Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Jacqueline Gama de
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Orientador(a): |
Lima, Rachel Esteves
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Banca de defesa: |
Lima, Rachel Esteves
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Costa, Júlia Morena Silva da
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Resende, Maria Ângela de Araújo
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40008
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Resumo: |
Este trabalho analisa o filme Bacurau, do ano de 2019, dirigido e roteirizado por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, articulando-o ao pensamento antropófago, de Oswald de Andrade (1995), erigido em seus ensaios e manifestos. A dissertação analisa algumas das obras dos diretores pernambucanos, como também discute, de forma breve, a genealogia da construção do cinema brasileiro (Gomes, 1996), principalmente dos momentos do Cinema Novo e da retomada contemporânea dos anos 1990. Também considera os momentos políticos vivenciados nesses recortes temporais e focaliza em coletividades que fazem interlocuções entre passado e presente, como se dá com a Semana de 1922, o movimento Manguebeat, a Tropicália, e com grupos de música contemporânea, como o Baiana System. O trabalho tece críticas às condições de produção da cinematografia brasileira, ao mesmo tempo em que atravessa temáticas enfocadas nessas produções, mirando, principalmente, as problemáticas da fome e do sonho (Rocha, 2013 [1965; 1971]). A dissertação é construída por meio do recurso a textos sobre os canibais (Lestringant, 1997; Montaigne, 2010 [1533-1592]), e pautado pelas teorias do devir-animal (Deleuze; Guattari, 2012), do devir-onça (Mussa, 2011) e do habitar tropical (Ferdinand, 2022), formulando-se, a partir dessas leituras, o conceito de distropia. Este parte de uma inquietação da autora de que Bacurau não poderia ser nem uma utopia nem uma distopia. E dialoga com a proposta do Bem Viver (Solón, 2016), com as experiências dos povos originários (Kopenawa; Albert, 2019; Krenak, 2019) e dos povos aquilombados (Nascimento, 1985), com literaturas e filmes distópicos e utópicos, perpassando pelo descolonial, em sua conceituação latino-americana (Walsh, 2013; Mignolo, 2003) e das compreensões sobre o paradigma colonizador e colonizado, em Memmi (2007 [1957]) e Fanon (1968), assim como pela noção de vidas precárias (Butler, 2015) e da discussão de Spivak (2010) sobre a possibilidade de fala do subalternizado. |