Estudo da necroptose associada ao eixo Ripk1-Ripk3-Mlkl durante a infecção de neutrófilos por Leishmania Infantum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Barbosa, Laiana Arlego lattes
Orientador(a): Prates, Deboraci Brito
Banca de defesa: Fullam, Juliana Perrone Bezerra de Menezes, Tavares, Natália Machado, Prates, Deboraci Brito
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38655
Resumo: INTRODUÇÃO: A Leishmaniose é uma doença infecto-parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania e é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Apresenta um amplo espectro de formas clínicas, sendo a Leishmaniose Visceral (LV) a mais grave. No Brasil, a LV tem como agente etiológico a Leishmania infantum, sendo caracterizada por febre alta, perda de peso, hepatoesplenomegalia, anemia, leucopenia e hemorragia nos casos mais graves. Os neutrófilos têm demonstrado ter um papel importante na imunopatogênese da Leishmaniose, sobretudo na LV. Sabe-se que diferentes vias de morte celular podem ser ativadas em neutrófilos, influenciando o curso da infecção por diferentes patógenos. A necroptose, uma via de morte regulada, é canonicamente ativada em ausência de caspase 8, possui características pró-inflamatórias e tem sido descrita no contexto de doenças infecciosas e não infecciosas. OBJETIVO: O objetivo geral desse trabalho foi avaliar o efeito da indução da via de morte por necroptose na infecção de neutrófilos humanos e murinos por L. infantum. MATERIAIS e MÉTODOS: Inicialmente, analisamos os níveis séricos de Lactato Desidrogenase (LDH), enzima característica de dano celular/tecidual, em pacientes com LV, e observamos altos níveis em comparação aos controles saudáveis. Usando o sistema in vitro de infecção de neutrófilos humanos e murinos com inibidores de caspase, evidenciamos a ativação da via de morte por necroptose com o envolvimento de RIPK1, RIPK3 e MLKL. Em seguida, foi testado o papel da necroptose na carga parasitária de neutrófilos humanos in vitro. RESULTADO: O pré-tratamento com inibidores de caspases, seguido da infecção, aumentou os níveis de LDH, a expressão de RIPK3 e MLKL em neutrófilos humanos, ao passo que diminuiu a viabilidade dos parasitas. Esse efeito foi revertido pela Necrosulfonamida (NSA), inibidor farmacológico da MLKL. Em neutrófilos murinos infectados por L. infantum, também observamos o envolvimento de moléculas da via da necroptose, RIPK1 e RIPK3 no controle da viabilidade do parasita. Nesses grupos, neutrófilos pré-tratados com os inibidores de caspases apresentaram níveis elevados de Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) e LDH, sugerindo a participação dessas moléculas pró-inflamatórias no controle da infecção. A inibição farmacológica de RIPK1 pela Nec-1 e RIPK3 por GSK'872, reverteu a morte dos parasitas. Por fim, a microscopia eletrônica de transmissão (MET) revelou características morfológicas associadas a necroptose em neutrófilos infectados com L. infantum quando estes foram pré-tratados com inibidores de caspases, enquanto as células infectadas em presença de inibidores da via de necroptose não apresentaram alterações estruturais. CONCLUSÃO: Esses dados sugerem que a inibição de caspase 8 em neutrófilos pode contribuir para controle da infecção por L. infantum, possivelmente pelo estímulo de uma resposta inflamatória associada à morte por necroptose.