DANÇA NO ESPAÇO PÚBLICO: UM “DESPACHO PARA A EXPERIÊNCIA DA ALTERIDADE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Albuquerque, Thiago Sampaio de Moraes
Orientador(a): Britto, Fabiana Dultra
Banca de defesa: Machado, Adriana Bittencourt, Rabelo, Antonio Alves Flávio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós- Graduação em Dança
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27210
Resumo: Este trabalho se desenvolve a partir da observação de experiências de dança em espaços públicos. O foco é o sentido político da experiência artística. Busca-se compreender em que medida uma ação de dança realizada no espaço público pode desestabilizar, ainda que temporariamente, certos padrões hegemônicos de organização dos corpos e ambientes envolvidos no contexto urbano. A hipótese articulada é a de que quando a experiência artística confere, sob propósito, valor dramatúrgico ao contexto de sua ocorrência, tratando a cidade para além de um mero espaço a ser ocupado, ampliam-se as chances de se produzir um potente tensionamento da lógica da pacificação urbana e da própria dança enquanto espetáculo cênico. Dessa forma, fica instaurada a problematização da experiência do corpo na cidade contemporânea e a compreensão da dança como um modo possível de desencadear novos arranjos da organização dessa experiência, em favor de um trato mais complexo e atento à relação com a alteridade em nossa sociedade. Uma atitude desviante do que o projeto urbano institui é uma chave importante para se pensar a noção de microrresistência. E a prática da errância é tomada como uma forma possível dessa atitude se configurar em ação. As dinâmicas processuais que constituem uma experiência errática, ou seja, a desorientação, lentidão e incorporação, são compreendidas como propriedades passíveis de serem articuladas numa experiência de dança, especialmente quando essa obra é composta por meio da prática da improvisação e dotada de significativa receptividade ao contexto, em detrimento da autossatisfação performática do artista. Tendo em vista a consistente atuação do performer Jorge Schutze no que concerne a sua investida em espaços públicos, nos últimos anos de sua trajetória artística, sua performance “Despacho” é apresentada e analisada, a partir de diferentes narrativas da sua ocorrência, a fim de articular um trânsito entre as generalidades envolvidas nas reflexões levantadas e a singularidade de um fenômeno específico.