Modificações da Zona Costeira do Extremo Sul da Bahia nos Últimos 150 Anos, e sua Relação com a Sedimentação do Banco de Abrolhos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Netto , Augusto Minervino
Orientador(a): Kikuchi, Ruy Kenji Papa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22038
Resumo: As modificações antropogênicas na paisagem do Extremo Sul da Bahia geraram um cenário que no ano de 1973 as áreas de formações florestais representavam cerca de 32,34% do território total mapeado. Onze anos depois, as áreas de formações florestais equivaliam a 17,11% da área mapeada e finalmente no ano de 2004 este tipo vegetacional estava confinado a 10,26% do espaço territorial. As precipitações aumentaram até a década de setenta a meados da década de oitenta. A partir deste período, foi observada uma queda média de 12% nos postos pluviométricos da região. A diminuição das precipitações médias a partir de meados da década de oitenta, porém, não encontra correspondência nas vazões hidrológicas. Neste mesmo período, houve um aumento das vazões máximas na maior parte dos postos fluviométricos estudados, o que pode ser resultado, tanto das mudanças do uso do solo, quanto do aumento, em direção ao presente, das chuvas máximas anuais. Apesar de todas as alterações sofridas na paisagem do Extremo Sul da Bahia, a carga de sedimento transportada para as zonas costeiras não tem sido maior, devido provavelmente, à grande extensão da planície costeira do rio Itanhém, que drena o Grupo Barreiras e de grande parte das bacias hidrográficas estudadas possuírem sua rede de drenagem situada geralmente em cotas topográficas inferiores a 200 metros. Aliada a este fato, a pequena extensão da maior parte das bacias hidrográficas que desembocam na região do Complexo dos Abrolhos e a larga extensão dos estuários ali presentes, atuam em conjunto para reter sedimentos pelíticos que potencialmente chegariam aos recifes do arco costeiro de Abrolhos. Com o objetivo de reconstruir o processo de uso e ocupação do solo foram coletados seis testemunhos de sedimento inconsolidado na zona costeira do complexo recifal de Abrolhos, os quais foram datados pelo método geocronológico Pb210. Nos quatro testemunhos onde a atividade do Pb210 foi medida não foi observada qualquer deflexão referente a um aumento na taxa de sedimentação que possa ser atribuída a diferentes processos de uso e ocupação do solo. As taxas recentes de sedimentação dos testemunhos em mm/ano variaram entre 1,86 ± 0,12 (TTI), 3,98 ± 0,32 (TLE), 5,71 ± 0,33 (LIX) e 6,68 ± 0,46 no testemunho estuarino TCV 2A. Estes resultados decorrem, sobretudo, da conjunção de dois fatores, distância da linha de costa e a morfologia das estruturas recifais. As maiores taxas de sedimentação foram obtidas nos recifes localizados mais próximos da costa e voltados a barlamar, onde há uma maior agregação e extensão dos bancos recifais. As análises sedimentológicas e mineralógicas efetuadas nos testemunhos indicam que os sedimentos que aportam na zona costeira ficam confinados ao banco de Caravelas, situado a profundidades inferiores a 10 metros e posteriormente com a atuação de fatores hidrológicos e meteorológicos esta carga sedimentar vêm sendo deslocada para sudoeste devido ao mecanismo oceanográfico “parede hidrodinâmica”. As concentrações dos metais pesados arsênio, cromo, cobre e níquel inventariados nos testemunhos tiveram, em mais de uma alíquota, valores acima do considerado preocupante pela legislação ambiental.