Vulnerabilidade socioambiental na cidade de Salvador-Bahia: análise espacial das situações de risco e ações de resiliência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cerqueira, Erika do Carmo
Orientador(a): Pereira, Gilberto Corso
Banca de defesa: Nascimento, Dária Maria Cardoso, Tomasoni, Marco Antonio, Carvalho, Silvana Sá de, Lima, Eduardo Rodrigues Viana de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31931
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo identificar e analisar a configuração espacial da vulnerabilidade socioambiental pelo viés da exposição a diferentes situações de risco e respectivas ações de resiliência, na cidade de Salvador-Bahia. Se utiliza de técnicas cartográficas e de análise espacial, com o uso de Sistema de Informação Geográfica (SIG), para propor um modelo de análise espacial que se caracteriza pelo mapeamento e cruzamento de dados geoespaciais, buscando uma síntese final que corresponda a uma tipologia de vulnerabilidade socioambiental. Trata de aspectos teóricos e conceituais sobre vulnerabilidade, riscos, resiliências e modelagem espacial, assim como realiza uma análise da evolução histórica do processo de expansão da ocupação e da dinâmica de urbanização, visando identificar as principais situações de riscos e ações de resiliência na área de estudo. O modelo espacial é operacionalizado através de dez situações de risco, classificadas em três sínteses temáticas: “ambiente construído”, “saúde” e “violências”, e nove ações de resiliência, ambas espacializadas através de indicadores resultando em mapas analíticos de pontos. As situações de risco foram reprocessadas com o Estimador de Intensidade de Kernel, gerando mapas de densidade, que foram agrupados nas sínteses temáticas, por meio da técnica de álgebra de mapas e correlacionados com os mapeamentos das ações de resiliência. Tais sínteses temáticas foram agrupadas numa síntese final, que, após uma análise qualitativa do seu padrão de distribuição espacial, resultou no mapa de tipologia de vulnerabilidade socioambiental. Todos os resultados foram discutido de forma abrangente visando elucidar as “autocorrelações” espaciais e analisar a configuração espacial do fenômeno sob o ponto de vista da segmentação intraurbana, ou seja, de um padrão de distribuição concentrado ou difuso. O arranjo espacial da tipologia é relacionado com os respectivos lugares e grupos sociais, qualificando-o a partir das características sociais, econômicas e dos padrões de ocupação, especialmente nas áreas com as condições mais críticas. Conclui-se que dentre os tipos analisados, os de maior vulnerabilidade socioambiental referem-se às áreas de ocupação predominantemente residencial de padrão popular, hodiernamente associadas a centralidades locais, que sofreram progressivamente um adensamento populacional e compactação do território, operado pelo mercado imobiliário informal de solo urbano; enquanto que, as de menor vulnerabilidade foram produzidas sob a “lógica do mercado e do Estado”, principalmente após 1970, articulando a implantação de infraestrutura urbana por meio do mercado formal de solo urbano. A tipologia de vulnerabilidade proposta, construída a partir de dados de situações de risco, sem um caráter étnico, social ou econômico explícito, resultou numa configuração de segmentação do espaço urbano de Salvador que tem elevada correlação espacial com a segregação social, econômica e étnica da cidade. As análises integradas dos arranjos espaciais e das principais características socioeconômicas dos grupos a ela relacionados, constituem-se num conhecimento comparativo entre os lugares vulneráveis, que afeta mais intensamente e diretamente as populações pobres, e portanto, mais susceptíveis aos riscos inerentes de uma urbanização desigual.