Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Azpeitia, Juan Ignacio |
Orientador(a): |
Lima, Rachel Esteves |
Banca de defesa: |
Costa, Júlia Morena Silva da,
Yerro, Hernán,
Santos, Osmar Moreira dos,
Canal, Jordi |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34812
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Resumo: |
Os movimentos de resistência e sublevação têm uma presença importante nos relatos na América Latina. Povos que sofrem, povos que lutam, são personagens habituais nas histórias que se contam nesta parte do mundo. Os textos provocam as perguntas, disputam espaços de poder para traçar o perfil do sublevado. Esta pesquisa parte de dois acontecimentos de grande impacto cultural: as sublevações de Canudos, no Brasil, e de Tomóchic, no México. Originadas em locais relativamente distantes, dentro da região, estas narrativas desnudam paralelismos que permitem configurar um objeto de estudo. Se constrói esse objeto a partir dos signos que sua existência deixa na cultura. Palavras, gestos e imagens aludem aos movimentos de resistência e sublevação e a suas características particulares na América Latina. Destaca-se a forte repercussão que ambos relatos tiveram no campo literário assim como na historiografia. A existência de uma versão consolidada dos fatos é questionada nesta tese em que se apresenta um relato alternativo, resultado da análise realizada. A dimensão mítica é contemplada, se faz contrastar a grande distância entre considerar os rebeldes como heróis populares ou como fanáticos religiosos. Analisa-se, da mesma forma, o contexto em que circulam estes relatos, a América Latina e seus questionamentos identitários, a persistência do poder colonial e os desafios epistemológicos da sociedade latino-americana. As consequências da pesquisa levam a propor modelos de compreensão dos movimentos de resistência e sublevação dentro de um paradigma cíclico. Observa-se a luta das forças envolvidas dentro de um marco temporal maior, assumindo a antiguidade das civilizações que povoaram essa região antes da invasão pelas nações europeias. Dessa forma também se aprecia, ampliando a cobertura geográfica, a simultaneidade e coincidência desses relatos em diversos locais e momentos como consequência direta da opressão colonizadora. Esta tese afirma que os relatos de sublevação e resistência, com todas as ressalvas que aqui se consignam, são um elemento unificador que indica a existência de interesses e inimigos comuns na América Latina. Este trabalho afirma que a presença dos sublevados que não se renderam indica a existência de uma luta que continua no presente. |