Concordância entre métodos de avaliação da postura do pé.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva Júnior, Grimaldo Ferreira da lattes
Orientador(a): Conceição, Cristiano Sena da
Banca de defesa: Conceição, Cristiano Sena da, Góes, Ana Lúcia Barbosa, Lucareli, Paulo Roberto Garcia, Maciel, Roberto Rodrigues Bandeira Tosta
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36660
Resumo: Introdução: O entendimento dos mecanismos de lesão relacionados à corrida tem sido alvo de inúmeros estudos. Fatores intrínsecos, como desequilíbrios musculares nos membros inferiores, morfologia da postura do pé e padrões inapropriados de movimentos, e extrínsecos, como volume, frequência e calçados, têm sido reportados como elementos que contribuem para o surgimento de lesão em corredores. As variações da postura neutra do pé, classificadas em pronada e supinada, alteram a mecânica dos membros inferiores e podem facilitar o surgimento de lesão em corredores. Levando isso em consideração, é essencial que o examinador clínico tenha noção dos diversos métodos de avaliação da postura do pé para que, à luz da evidência e da sua experiência, possa escolher o método que irá utilizar em sua prática clínica. Na outra ponta, está a influência dos paradigmas dos calçados de corrida. É controversa a prática de prescrição de tênis com intuito de prevenir lesões, seja no paradigma do controle ou não dos movimentos de pronação ou no paradigma dos tênis minimalistas, que, por serem mais leves e flexíveis que os tradicionais, permitiriam uma corrida mais natural e menos lesiva. Entretanto, poucos estudos dedicam atenção à demonstração dos instrumentos avaliativos da postura do pé que suportem a tomada de decisão clínica seja para ajuste do modelo biomecânico ou para orientação de calçados para a prática de corrida. Objetivo: Analisar o grau de concordância entre diferentes métodos de avaliação da postura do pé, assim como conduzir uma revisão sistemática da literatura sobre a relação entre tênis minimalistas e ocorrência de lesões em corredores. Métodos: Para analisar a concordância entre os métodos de definição da postura do pé, foi realizado um corte transversal em uma amostra com 26 participantes de ambos os sexos. Para esse fim, foi conduzida uma análise de correlação teste a teste entre o Índice de Postura do Pé de 6 itens (IPP-6), Baropodometria e videogrametria 2D, além da análise da confiabilidade intraexaminador (teste-reteste) do instrumento videogrametria 2D tanto para caminhada e corrida. Em relação à revisão sistemática, dois revisores independentes procuraram estudos que envolvessem a influência do salto dos calçados de corrida na ocorrência de lesão em diferentes bases de dados eletrônicas (Embase, Pubmed e Cochrane) e, para os estudos incluídos, foram analisados os riscos de viés através da escala PEDro. Para os resultados homogêneos, foi conduzida uma metanálise. Os resultados foram analisados em grupos pela diferença da média ponderada, e o intervalo d e confiança de 95% foram calculados. Resultados: A postura do pé neutra foi a mais frequente em todos os métodos. A média do desvio angular máximo da eversão do retropé foi de 9,06±4,12 graus na caminhada e 10,29±4,10 graus na corrida. A média da variação ou amplitude de movimento do retropé entre o valor máximo e mínimo na caminhada foi 6,24±2,53 graus e na corrida, 7,70±2,62 graus. O IPP-6 foi o método que apresentou menor concordância com os demais métodos. A baropodometria e a videogrametria 2D apresentaram moderada concordância. Não houve concordância do IPP-6 e da baropodometria com a videogrametria 2D para definição da postura do pé correndo a 10Km/h. A videogrametria 2D caminhando a 4km/h apresentou alta confiabilidade para variável “variação entre a máxima e mínima” e moderada confiabilidade da variável “eversão máxima”. Na corrida, a videogrametria 2D apresentou fraca confiabilidade na variável “eversão máxima” [ICC = 0,30 (-0,10-0,61), p<0,05] e moderada confiabilidade na variável “variação entre a máxima e mínima” [ICC = 0,51 (0,15-0,75), p<0,05]. Em relação à revisão sistemática com metanálise, o teste de efeito global (Z= 6.89, p<0,0001) revelou que o tênis minimalista aumentou significativamente a ocorrência de lesão (RR 2,59, 95% CI 1.93 – 3.27) quando comparado aos tênis tradicionais. A subanálise dos grupos parcialmente e totalmente minimalista indica que a lesão foi mais frequente no grupo parcialmente minimalista. Conclusão: A postura do pé mais frequente entre os métodos estudados foi a neutra. De maneira geral, os testes apresentaram fraca confiabilidade, sendo o IPP-6 o que apresentou menor confiabilidade. A baropodometria e a videogrametria 2D apresentaram maior grau de confiabilidade. A videogrametria 2D se mostrou confiável na definição da postura do pé caminhando, porém não confiável na corrida a 10Km/h, e o desfecho “variação entre a máxima e mínima” parece ser a opção de escolha para avaliar a postura do pé durante a caminhada. Por fim, a revisão sistemática apontou que o tênis minimalista tende a aumentar a ocorrência de lesão em corredores e que, por esse motivo, talvez seja prudente realizar uma etapa de adaptação às características do tênis minimalista. Palavras-chave: Tênis de corrida. Minimalista. Queda de sapato. Lesões relacionadas a corrida. Postura do pé. Arco do pé.