Vai virar meme: transformações do sensorium e da política na cultura audiovisual

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Barbosa, Thiago de Assumpção Fernandes lattes
Orientador(a): Gomes, Itania Maria Mota lattes
Banca de defesa: Leal, Bruno Souza lattes, dos Santos, Thiago Emanoel lattes, Gomes, Itania Maria Mota lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM) 
Departamento: Faculdade de Comunicação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37841
Resumo: Esta pesquisa tem o objetivo de compreender transformações do sensorium e da política a partir dos memes na cultura audiovisual. O sensorium aqui é entendido como novos modos de perceber, sentir e se relacionar com o tempo e o espaço (MARTÍN-BARBERO, 2017) e a política é configurada a partir do diagrama de 3 vértices composto por: vida cotidiana, corpos e Estado e em cujos vetores se localizam as suas nuances (GROSSBERG, 2010). Com base nos conceitos e pressupostos dos Estudos Culturais, o meme é encarado como forma cultural (WILLIAMS, 2016) e as práticas em torno dele são tomadas para nos fazer ver saberes-mosaicos, outras figuras de cidadania, além de disputas e acordos acerca de questões sociais, políticas e culturais no Brasil. É destacada a memealização enquanto estratégia de empoderamento a partir da cultura e que mobiliza afetos bem como fortalece senso de pertencimento, comunidades de sentido e partilha. Somado ao diagrama formulado por Lawrence Grossberg, nosso referencial também se ampara na articulação de três mapas de Martín-Barbero: o das mediações, o das mutações e o Insomne, e de suas contribuições na abordagem sobre juventude, política e educação. A mediação/mutação das tecnicidades é vista de modo tridimensional levando em conta os três mapas e fazendo relação com fluxos, identidades, sensibilidades e narrativas. A análise parte da identificação de quatro elementos ou conjuntos que conformam o meme no entorno tecnocomunicativo: a zoeira; a criatividade vernacular e os novos letramentos; o agrupamento composto por propagabilidade, instantaneidade e replicabilidade; e a treta. Fazemos um recorte temporal onde estão dois principais momentos históricos e suas reverberações que nos permitem construir contexto para a investigação levando em conta os memes criados e compartilhados no período. O primeiro destaca a chamada “crise da educação”, dos últimos meses do governo Temer até o 4º chefe do MEC na atual gestão passando por eventos como o Tsunami da Educação, em 2019. O segundo aborda a pandemia de Covid-19 no Brasil e a diversidade de atravessamentos temáticos que cobrem os primeiros 18 meses da pandemia no país. A investigação se debruça sobre a variedade do que denominamos eventos meméticos e que são disparados ao longo desses dois momentos. É enfatizado o modo como a memealização se articula aos três vetores do diagrama em exemplos que abordam os ativismos indígenas, de raça e da juventude secundarista. Por fim, sugerimos articulações que envolvem os mapas, o diagrama e o conjunto de elementos conformadores do meme apontando duas questões ou locais de identificação das transformações do sensorium e a da política: o ringue onde os memes conduzem disputas e suscitam expressões de outras políticas e o palanque em que sensibilidades e tecnicidades se desdobram em experiências amparadas no meme como modos outros de viver, sentir e narrar o mundo.