Sentidos do festejar: encontros, trocas e atualizações na comunidade do Remanso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Reis, Renata araújo
Orientador(a): Barros, José Márcio Pinto de Moura
Banca de defesa: Barbalho, Alexandre, Severino, José Roberto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30523
Resumo: O tema deste trabalho é a cultura popular expressa a partir de festas tradicionais, religiosas ou calendarizadas em uma comunidade negra rural, autorreconhecida como quilombola, localizada na cidade de Lençóis – Chapada Diamantina – Bahia, o Remanso. Como proposta de análise inicial, escolhemos a Festa em Louvor à São Francisco das Chagas, padroeiro da comunidade, para perceber como os processos de manutenção e atualização das suas práticas identitárias interagem nas formas de organização e articulação da festa. Esta percepção se dá a partir da vida social construída no cotidiano, que organiza e conduz os seus momentos festivos. Assim, temos a convivência em campo nos meses que antecedem a festa como base para a construção dos textos e argumentos aqui expostos e o suporte metodológico da etnografia, da observação participante e do diário de campo como instrumentos fundamentais para traduzir e interpretar o vivido. A festa em si, de caráter público e religioso, nos abre para um questionamento sobre como as relações materiais e simbólicas acontecem na viabilização não só dela, mas também de outros momentos festivos da comunidade que emergiram em campo, a saber: a participação da marujada no IV Encontro de Cheganças da Bahia e a realização do Caruru em homenagem à Cosme e Damião. Unindo os três vértices deste triângulo festivo, temos o universo mítico do Jarê que renova valores e influencia comportamentos, ligando e dando sentido a um sistema de símbolos diverso, singular e híbrido oriundo de uma cultura fundamentada na prática do garimpo de serra. Hoje, a reinvenção destas práticas culturais singulares ocorre a partir de descentramentos, fragmentações e contradições, constituindo ambientes políticos de resistência e afirmação, onde as soluções emergem a partir dos próprios sujeitos. Destacamos as formas com as quais os problemas são solucionados, observando como os momentos festivos atuam na convergência de dificuldades e potencialidades locais.