O brejo e a cana: estudo da variabilidade das chuvas e sua relação com a produtividade da cana-de-açúcar na bacia hidrográfica do rio Icatú, Barra/Ba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Passos, João dos Santos lattes
Orientador(a): Guimarães, Junia Kacenelenbogen lattes
Banca de defesa: Guimarães, Junia Kacenelenbogen lattes, Pertile, Noeli lattes, Gonçalves, Neyde Maria Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40613
Resumo: Este trabalho analisou a variabilidade interanual das precipitações pluviométricas e sua correlação com a produtividade da cana-de-açúcar nos brejos da Bacia Hidrográfica do Rio Icatú (município de Barra/BA), com a finalidade de identificar a variabilidade das chuvas e sua influência na produtividade da cana-de-açúcar. Para a análise da variabilidade das chuvas e sua relação com a produtividade da cana-de-açúcar nos Brejos da Bacia Hidrográfica do Rio Icatú (BHRI) foi utilizada uma série temporal de 40 anos de dados de chuvas mensais correspondendo ao período 1980 a 2020, obtida junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) mais precisamente da Estação Meteorológica de Barra/BA. Também foram usados os dados de área plantada, área colhida e quantidade produzida de cana-de-açúcar da Produção Agrícola Municipal (PAM-IBGE) do município de Barra/BA. Adotou-se uma abordagem dinâmica do aspecto da Climatologia Geográfica e integrada no tocante ao estudo da paisagem no contexto da Geografia. Foi adotada a paisagem como categoria da Geografia e em uma abordagem integrada geossistêmica na perspectiva de Monteiro (2001) e de seus trabalhos desenvolvidos na Bahia. O conceito de variabilidade norteou o desenvolvimento deste trabalho, onde se fundamentou na variabilidade das chuvas como mecanismos inerentes à dinâmica atmosférica e do clima e na influência da variabilidade das chuvas na produtividade da cana-de-açúcar nos brejos da Bacia Hidrográfica do Rio Icatú (BHRI). Para tanto, se embasou nas concepções desenvolvidas por Marin (1990), Ribeiro (1996), Monteiro (2003), Sant’Anna Neto (1998, 2003) e Tavares (2004) nos quais os trabalhos destes autores foram consultados para se apropriar do tema variabilidade, mais precisamente da variabilidade das chuvas. Esta pesquisa foi realizada em cinco etapas: a primeira etapa foi o levantamento de trabalhos específicos para a fundamentação teórica da temática proposta, para a caracterização dos aspectos físicos-naturais e humanos da área de estudo bem como para contextualizar a introdução do plantio da cana-de-açúcar nos brejos. A segunda etapa consistiu na coleta, seleção e tratamento estatístico dos dados climatológicos de chuvas e temperaturas e os dados do plantio da cana-de-açúcar. A terceira etapa consistiu na aquisição de dados empíricos através de entrevistas e aplicação de questionários na área dos Brejos. A quarta etapa consistiu na análise e integração dos resultados obtidos e, por fim, a quinta etapa consistiu na sistematização e elaboração da Dissertação de Mestrado. Os procedimentos estatísticos foram utilizados para a realização da análise da variabilidade das chuvas aplicados ao tratamento dos dados mensais de chuvas para investigar a variabilidade interanual. A Variabilidade é uma das características principais do clima tropical Semiárido da BHRI. Foi observado a ocorrência de mais da metade dos anos da série histórica com chuvas abaixo da média histórica para o período de 40 anos de registro. Enquanto que os anos com chuvas acima da média foram poucos ao longo do segmento temporal trabalhado. Ocorre uma correlação positiva fraca entre a variável independente precipitação pluviométrica e a variável dependente produtividade da cana-de-açúcar nos brejos da BHRI. O Coeficiente de Correlação R foi de 0,4 e o Coeficiente de Determinação (R²) 0,16 o que caracteriza uma correlação fraca. Mesmo assim existe uma correlação positiva entre as chuvas e a produtividade da cana-de-açúcar nos brejos. A produção de cana-de-açúcar nos brejos da BHRI nos anos com chuvas muito abaixo da média nos anos secos e extremos secos foi pequena quanto à área colhida (ha) e quantidade produzida assim como foi baixa a produtividade. Por outro lado, os anos de maior produtividade da cana-de-açúcar nos brejos da BHRI estão vinculados aos anos de “bons invernos”, isto é, aos anos chuvosos.