Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Araújo, João Eduardo Silva de |
Orientador(a): |
Souza, Maria Carmem Jacob de |
Banca de defesa: |
Barreto Silva, Marcel,
Sadao, Fabio |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Comunicação
|
Programa de Pós-Graduação: |
Comunicação e Cultura Contemporâneas
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24229
|
Resumo: |
Esta dissertação analisa a arquitetura do mundo ficcional criado ao longo de cinco temporadas pelo seriado televisivo Breaking Bad (2008-2013), com ênfase: na sua ambientação, em especial nos modos como são constituídos a sua contraparte ficcional da cidade de Albuquerque, o deserto ao redor dela e as residências das personagens; e na construção de uma atmosfera e de protagonistas ambivalentes, com uma disposição que se mostra decadente ao longo da série. Para tanto, atentamos especialmente para três dimensões relativas ao edifício deste mundo: os modos como a obra nos convoca a imergir nele, as estratégias empregadas no seu arranjo, e os elementos específicos que o mobíliam. Aqui, tentamos nos distanciar do uso heurístico que tem sido feito do conceito de mundo ficcional nos últimos anos, e buscamos operacionalizar noções importantes que ele traz no seu bojo, como as de incompletude e quadros de referência. Ademais, o trabalho examina não apenas o modo como este mundo se erige em seus próprios méritos, mas também como ele se aproxima de certas referências intertextuais ao fazê-lo. Nomeadamente, são verificadas interfaces da obra com: os filmes Paris, Texas (1984) e Era Uma Vez no Oeste (C'era una volta il West, 1968); as fotografias documentais realistas de William Eggleston e Lee Friedlander; e gêneros consagrados como o western, o drama burguês e o melodrama. Além disso, este estudo conjuga questões semânticas vinculadas aos mundos ficcionais, o problema pragmático de como a obra solicita nossa imersão, e aspectos sintático-formais importantes da ficção televisiva, especificamente o estilo e a serialidade. Quanto aos modos através dos quais Breaking Bad nos convida a imergir em seu mundo, por sua vez, observamos: a) o recurso a intensas recapitulações diegéticas que nos permitem lembrar porções consideráveis das tramas do seriado; b) a construção a longo prazo dos elementos que põem o enredo para frente, como o livro de Walt Whitman que leva Hank a descobrir que seu cunhado é um traficante; c) a criação de uma estrutura temporal que, a despeito de ter várias quebras de linearidade, segue um fluxo contínuo ao não particionar a narrativa em múltiplas cronologias, como fazem séries como Lost (2004-2010) e Once Upon a Time (2011-); d) o investimento em protagonistas tridimensionais, ainda que as personagens secundárias não o sejam; e e) a aposta em uma concentração temporal, actancial e espacial. Ao fim do trabalho, argumentamos que Breaking Bad constrói um mundo único, que não pode ser reduzido a uma representação do nosso, independente do fato de tal mundo não se encontrar no regime do fantástico ou do maravilhoso. |