Unidades de conservação, educação e planejamento comunitário: uma análise da realidade da reserva extrativista marinha baía do Iguape/Ba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: SANTOS, Mario Alberto dos
Orientador(a): PROST, Catherine
Banca de defesa: PROST, Catherine, LAGE, Creuza Santos, CASTRO, Edna Maria Ramos de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19937
Resumo: Esta dissertação propõe uma análise da realidade da resex marinha baía do Iguape-BA. A partir da discussão sobre educação dialógica e planejamento comunitário, à luz da geografia humanística e da concepção sistêmica da vida, busca-se a construção da autonomia social e individual. A contribuição à organização social e à elaboração de ações e projetos políticos são os objetivos e as motivações principais deste trabalho. As transformações na legislação ambiental do Brasil foram resultado de anos de lutas e conquistas. O estado do Acre se destaca nesse processo. O Movimento Nacional dos Seringueiros teve substancial influência na elaboração dos princípios e diretrizes da lei 9985/00 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. O território das UC’s de uso sustentável são espaços de resistência, onde a materialização do poder é primordial para seu planejamento e gestão. A coletividade e a eqüidade nas relações e decisões políticas e sociais compõem os princípios e diretrizes que regem as UC’s de uso sustentável. A legitimidade dos saberes tradicionais e a aceitação dos grupos sociais tradicionais enquanto agentes e donos de suas próprias falas fazem-se necessárias para a efetivação das UC’s de uso sustentável. As experiências cotidianas no e do espaço, o mundo vivido das populações tradicionais criam e recriam suas relações com o mundo. Dessas relações nascem seus valores e significados em relação à baía do Iguape. O manguezal e a baía são ecossistemas que compartilham com o modo de vida dos pescadores e das marisqueiras seu dinamismo e organização. Esse compartilhamento faz da espécie humana parte que compõe o todo dos ecossistemas. Sendo parte é também todo enquanto sistema vivo. Essas relações e interações entre as partes e o todo estão presentes nas experiências no e do espaço. A construção do planejamento comunitário, tendo a educação dialógica como instrumento e motivação, depende da aceitação do discurso do outro enquanto discurso do outro, e de uma outra relação com o outro, uma relação dialógica que busca construir algo em comum. Neste sentido tem-se a autonomia individual enquanto meio para buscar a autonomia social enquanto fim. A diversidade em ações e projetos políticos deve contemplar a diversidade social e cultural que implica em diversidade de necessidades e carências. A subversão ao modelo ideal de vida, profetizado pelo consumismo do capitalismo neoliberal, é substancial para a efetivação das políticas e instrumentos relacionados à preservação e a conservação da sociodiversidade e da biodiversidade nacionais.